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    O Grande Debate: manifestações deixam o ambiente político no país mais tenso?

    Augusto de Arruda Botelho e Caio Coppolla debatem os acontecimentos do último domingo (31), quando manifestantes pró e contra Bolsonaro foram às ruas

    Da CNN, em São Paulo

    No Grande Debate da noite desta terça-feira (2), Caio Coppolla e Augusto de Arruda Botelho abordaram as manifestações do último domingo (31), que juntou na Avenida Paulista, em São Paulo, grupos pró e contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) — e como fica o clima da política quando elas acontecem. 

    “Não são as manifestações que causam tensão política, é a tensão política que causa as manifestações”, disse Caio. Segundo ele, “fica difícil” considerar uma manifestação como democrática quando há envolvimento de torcidas organizadas na organização do protesto. Ele disse ver como “hipocrisia” a tentativa das “elites midiáticas” em classificar as manifestações pró-Bolsonaro como antidemocráticas. “Na impossibilidade de dizer que o presidente é corrupto, tentam associar Bolsonaro a ideias nazistas.”

    “Quais manifestações deixam o clima tenso? Aquelas que defendem a democracia ou aquelas que defendem pautas que propõem a ruptura na democracia?”, questionou Augusto. Segundo o advogado, a perda de apoio de Bolsonaro tanto no Congresso quanto na população fez com que o presidente fizesse “manifestações, falas e atos que defendem uma ruptura institucional.”

    Caio trouxe para o debate mensagens vazadas do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, em que compara o momento atual do Brasil à República de Weimar na Alemanha, período histórico que antecedeu o nazismo no país europeu.

    “Tanto as elites da mídia e do Judiciário se organizam para desconstruir o governo federal e tentam ligar bolsonarismo e nazismo, especialmente com a mensagem vazada do ministro Celso de Mello. Augusto, se você tivesse que defender Bolsonaro no STF, alegaria a falta de parcialidade do ministro?”, questionou.

    O advogado respondeu lendo o trecho da mensagem de Celso de Mello no qual o ministro disse que “é preciso resistir a quebra da ordem democrática como aconteceu na República de Weimar”, o que segundo Augusto não é uma tentativa de associar o bolsonarismo ao nazismo, mas sim fazer uma comparação histórica. Ele disse não entender que a mensagem torne Celso de Mello parcial para julgar um suposto processo contra Bolsonaro.

    Caio questionou o vazamento do texto e disse que as tentativas de colar no presidente a pecha de totalitário não se amparam na realidade. “Alguém me cite um ato ilegal e de natureza totalitária cometido pela presidência. Querem puni-lo por erro futuro sob argumento lírico de que Bolsonaro é o ovo da serpente.”

    Augusto voltou suas atenções aos protestos de domingo e falou sobre o organizador da manifestação contra Bolsonaro, a fim de tirar a estigma dos torcedores organizados presentes no evento.

    “A liderança do movimento do domingo foi entrevistada hoje pelo jornal O Estado de São Paulo. Trata-se de um rapaz de 27 anos formado em teologia, evangélico e que agora faz história na Universidade de São Paulo. Ele fundou esse movimento chamado Somos Democracia dentro de uma torcida organizada, mas traz um quadro muito diferente daquilo que se imagina destas instituições.”

    (Edição: Bernardo Barbosa)

     

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