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    Número de mortes durante 1º ano da pandemia tem maior alta desde 1984, aponta IBGE

    Levantamento mostra que 1,5 milhão de brasileiros morreram em 2020

    Lucas Janoneda CNN , no Rio de Janeiro

    As estatísticas de Registro Civil, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (18), mostram que 1,5 milhão de brasileiros morreram em 2020. O número representa um aumento aproximado de 15% no número de óbitos, quando comparado com o ano anterior. Influenciada pela pandemia de Covid-19, trata-se da maior alta de mortes desde 1984.

    De acordo com o IBGE, todas as regiões do país tiveram um significativo aumento no número de mortes durante o primeiro ano da pandemia em comparação a 2019.

    As maiores altas aconteceram no Norte e no Centro-Oeste do Brasil, com um crescimento de 25,9% e 20,4%, respectivamente. O Nordeste também teve alta superior à média do país com um acréscimo de 16,8% nos óbitos. Sudeste e Sul vieram a seguir, com 14,3% e 7,5%.

    Dentre os estados brasileiros, 16 tiveram variação acima da média brasileira. O estado do Amazonas registrou a maior alta com 31,9%, enquanto o Rio Grande do Sul teve a média mais baixa, com 7,9%.

    O aumento percentual de óbitos foi maior nos brasileiros com 60 anos ou mais, um dos grupos de risco da Covid-19. O levantamento do IBGE mostra que o número de mortes foi superior entre homens, em comparação com as mulheres. O estudo afirma que pessoas do sexo masculino morreram 16,7% mais em 2020, frente ao ano anterior. Já para as mulheres, o instituto registrou um aumento de 12,7%.

    Para o epidemiologista e pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Raphael Guimarães, o número de mortes foi “totalmente” impactado pela pandemia do novo coronavírus. E segundo ele, os óbitos registrados pelo IBGE devem ser ainda maiores até o final de 2021.

    “A tendência é que a gente tenha um patamar ainda mais elevado para 2021. Sem dúvidas, nós tivemos um maior volume de mortes em decorrência da pandemia entre março e abril deste ano, foi o pico da doença no Brasil. E ainda precisamos levar em consideração os casos subnotificados”, disse o pesquisador.

    Nascimentos

    Ainda segundo o levantamento do IBGE, menos crianças nasceram em 2020, quando se compara com os anos de 2018 e 2019. No primeiro ano da pandemia, 2.678.463 crianças nasceram. Em 2019, foram 2.811.760 e em 2018, 2.899.563.

    Ao longo dos anos, o perfil etário das mães também vem mudando. A maior parte delas ainda está na faixa dos 20 aos 29 anos (47,8%), mas vem crescendo o número de mães com idades entre 30 e 39 anos (34,2%) e acima dos 40 (3,7%). No ano de 2010, quando foi realizado o último censo, esses percentuais eram de, respectivamente, 53,1%; 26,1%; e 2,3%. Já em 2000, essas taxas eram de 54,5%; 22,0% e 2%, nesta ordem.

    A pesquisa mostra também dados de sub-registros de nascimentos de 2015 a 2019. No ano anterior à pandemia, 2,11% dos nascidos estavam dentro dessa estatística no Brasil. Já em 2015, esse número era de 4,21%. Em 2019, o estado com maior número de casos era Roraima (15,2%). O menor era Distrito Federal, com 0,2%.

    Casamentos

    Em 2020, houve 757.179 casamentos. Desses, 750.746 foram com pessoas de sexos diferentes e 6.433 do mesmo sexo. Ao todo, foram 26,1% menos casamentos do que em 2019. Entre os casais do mesmo sexo que oficializaram a união, as mulheres são maioria. Em 2020, foram 3864, contra 2569 entre os homens. A maior parte dos casamentos foi no mês de dezembro, com 113.086.

    A média das idades dos cônjuges ao casar é 32,7 anos entre as mulheres que casam com parceiros do mesmo sexo; de 28,1 anos entre as casadas com homens; Já entre os homens, a média de idade dos casados com pessoas do mesmo sexo é de 34,1 anos; entre os homens casados com mulheres, é de 30,5 anos.

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