Número de crianças baleadas na Região Metropolitana do Rio cresceu 267% em 2020
Em meados de dezembro, as primas Emily Victoria, de 4 anos, e Rebeca Beatriz, de 7 anos, foram vítimas de uma bala perdida em Duque de Caxias
Pelo menos 22 crianças foram baleadas em 2020 somente na Região Metropolitana do Rio, aponta levantamento da plataforma Fogo Cruzado. Oito delas morreram. A maior incidência de casos aconteceu em municípios da Baixada Fluminense. O número representa um aumento de 267% em relação ao ano de 2019, quando três crianças foram baleadas e não houve óbitos.
Um dos casos que ganhou destaque aconteceu no final do ano. Em meados de dezembro, as primas Emily Victoria, de 4 anos, e Rebeca Beatriz, de 7 anos, foram vítimas de uma bala perdida e os responsáveis ainda não foram identificados. As investigações estão em andamento. As meninas brincavam na porta de casa, na cidade de Duque de Caxias.
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Ao todo, foram 1.033 tiroteios e disparos de armas de fogo na Baixada, cerca de 37% a menos do que em 2019, quando foram 1.650 tiroteios.
Outro episódio, este com a identificação do responsável, foi a morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos, assassinada em setembro com um tiro de fuzil nas costas, durante uma ação da PM do Rio no Complexo do Alemão.
Em junho de 2020, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, determinou a suspensão de operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro durante a pandemia do novo coronavírus, salvo em casos absolutamente excepcionais, que deveriam ser justificadas pela autoridade competente e comunicadas ao Ministério Público Estadual.
A medida foi tomada depois da morte do estudante João Pedro Mattos Pinto, em maio, em São Gonçalo. O adolescente estava em uma casa, brincando com os primos, quando foi atingido por um disparo nas costas.
O ano de 2021 também começou com violência no Rio de Janeiro. No Réveillon, à meia-noite de 1º de janeiro, a menina Alice Pamplona, de 5 anos, foi morta com um tiro no pescoço. A criança celebrava a chegada do Ano-Novo no colo da mãe, no Rio Comprido, zona norte da capital, quando foi atingida.
*sob supervisão de Thayana Araújo