Novo sistema assume alerta de queimadas, que eram feitos apenas pelo Inpe
O Sistema Nacional de Metereologia reunirá informações do instituto e do Instituto Nacional de Metereologista (Inmet)
Às vésperas do início da temporada mais suscetível a focos de incêndio, uma mudança foi promovida no sistema de monitoramento. A partir de agora, os alertas de queimadas não serão mais feitos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As informações vão ganhar publicidade por meio do recém-criado Sistema Nacional de Metereologia, que reúne material do Inpe e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O diretor do Inmet, Miguel Ivan de Oliveira, afirmou à CNN, que houve um mal-entendido sob os efeitos da mudança. Segundo Oliveira, o Inpe continua sendo o responsável pelo monitoramento dos focos.
“O Inmet não tem nem satélite para medir foco de incêndio. Todos esses dados continuam feito Inpe. O que nós vamos fazer são dados meteorológicos, que vão ser emitidos em um boletim conjunto”, afirma.
O principal objetivo da mudança é justamente a unificação dos levantamentos e avisos. “Estamos fortalecendo [os órgãos] e emitindo os alertas e trocando os dados em conjunto”, disse o diretor do Inmet, Miguel Ivan de Oliveira.
Além dos institutos em questão, o Sistema Nacional de Metereologia também é formado pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Críticas
Ane Alencar, diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), manifestou preocupação com o fato de os alertas deixarem de ser feitos pelo Inpe.
“O Inpe tem um sistema de gestão, de risco de fogo, que é muito bom e muito reconhecido. Claro, qualquer outro sistema que venha adicionar a isso faz com que a sociedade tenha mais informações. O que a gente não quer é que um acabe com o outro”, disse Alencar.
O ex-diretor do Inpe Ricardo Galvão, exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2019, após divergências nos dados, criticou a medida. “O Inmet é uma boa instituição, mas apenas em meteorologia. E é uma instituição do Ministério da Agricultura, que sofre grande influência da bancada ruralista”, argumenta.
