Novo diretor-geral da PF troca superintendente no Rio de Janeiro
Rolando Alexandre vai substituir Carlos Henrique Oliveira, que pode se tornar diretor executivo da Polícia Federal -- o número 2 da corporação
Horas depois de assumir o cargo nesta segunda-feira (4), o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, decidiu trocar o chefe da superintendência da corporação no Rio de Janeiro, apurou a CNN. O atual ocupante do cargo, Carlos Henrique Oliveira, poderá substituir Disney Rossetti como diretor executivo da PF, o segundo cargo mais importante da polícia.
O substituto de Oliveira ainda não foi anunciado. Rossetti foi superintendente da PF em São Paulo entre 2015 e 2019 e foi alçado a número 2 da corporação pelo ex-ministro Sergio Moro.
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Não é a primeira mudança na chefia da PF do Rio no governo de Jair Bolsonaro. No ano passado, o delegado Ricardo Saadi foi substituído por Oliveira. Na época, Bolsonaro chegou a dizer que a substituição tinha ocorrido por motivos de “produtividade”, o que a própria PF negou em nota oficial.
Oliveira tinha sido escolhido para chefiar a PF no Rio por Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da corporação e cuja saída do cargo por vontade de Bolsonaro foi o estopim do pedido de demissão de Moro.
Também no pronunciamento em que anunciou sua demissão, Moro afirmou que Bolsonaro queria trocar novamente a chefia da PF no Rio, e que não lhe foram apresentadas razões para a mudança.
Rolando Alexandre de Souza foi empossado como diretor da PF pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (4). Ele era secretário de Planejamento e Gestão da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e braço-direto do diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem.
A indicação de Ramagem foi barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), por causa da investigação em curso sobre as circunstâncias da mudança de comando da PF. Moro denunciou tentativa de interferência política por Bolsonaro na corporação, o que o presidente nega. Ramagem é amigo da família Bolsonaro e foi a primeira escolha do presidente para suceder Maurício Valeixo no comando da PF.
Em paralelo à mudança na PF do Rio, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao ministro Celso de Mello, do STF, que a polícia colha depoimentos de Valeixo, Saadi, Oliveira e Ramagem no inquérito sobre as acusações feitas por Moro. Aras quer que os delegados sejam ouvidos sobre “eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do Presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes”.