Novo ciclone extratropical atinge hoje o RS, dizem meteorologistas; veja onde deve passar
Autoridades preveem rajadas de vento de 60 a 75 km/h; entretanto, especialistas afirmam que o potencial de riscos é baixo
Meteorologistas alertam que um novo ciclone extratropical se formará nesta quarta-feira (26) e deverá atingir os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com possibilidades de fortes ventos e chuvas. O fenômeno será o quarto do tipo a afetar a região Sul do país desde meados de junho. Veja abaixo as regiões que devem ser atingidas.
O Centro de Hidrografia da Marinha do Brasil emitiu alerta de que toda a faixa litorânea do Chuí, no Rio Grande do Sul, a Florianópolis, capital de Santa Catarina, deve receber rajadas de vento de 60 a 75 km/h. Até a última terça-feira (25), já foram registradas chuvas de até 50 mm/dia e ventos intensos de 40 a 60 km/h no Rio Grande do Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A partir desta quarta, deverá haver intensificação dos ventos nas regiões litorâneas dos dois estados, movimentando dunas de areia sobre construções na orla.
Em entrevista à CNN neste mês, o vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), afirmou que é esperado que mais eventos climáticos atinjam o estado até setembro. A região foi atingida por três ciclones extratropicais em menos de um mês.
A agência ligada ao Ministério da Agricultura informa ainda que, em relação aos ciclones que afetaram o estado anteriormente, este apresenta baixo risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas –sendo classificado como “perigo potencial”, o estágio menos grave na escala de risco.
Apesar disso, o novo ciclone pode provocar trovoadas e granizo, conforme afirmou a meteorologista Desirée Brandt em entrevista à CNN. “A chuva será na forma de temporais, com algumas rajadas de vento, com trovoadas e, eventualmente, com queda de granizo”, explicou Brandt.
Veja as regiões que serão impactadas
Os ventos costeiros intensos devem afetar a partir de hoje o sul catarinense, a região metropolitana de Porto Alegre, o Vale do Itajaí, a Grande Florianópolis, e o sudeste do Rio Grande do Sul.
Fazem parte dessas áreas os seguintes municípios: (veja mapa)
- Araranguá (SC)
- Arroio do Sal (SC)
- Balneário Arroio do Silva (SC)
- Balneário Camboriú (SC)
- Balneário Gaivota (SC)
- Balneário Pinhal (RS)
- Balneário Rincão (SC)
- Biguaçu (SC)
- Bombinhas (SC)
- Camboriú (SC)
- Capão da Canoa (RS)
- Capivari do Sul (RS)
- Chuí (RS)
- Cidreira (RS)
- Criciúma (SC)
- Dom Pedro de Alcântara (RS)
- Florianópolis (SC)
- Garopaba (SC)
- Governador Celso Ramos (SC)
- Içara (SC)
- Imaruí (SC)
- Imbé (RS)
- Imbituba (SC)
- Itapema (SC)
- Jaguaruna (SC)
- Laguna (SC)
- Maquiné (RS)
- Maracajá (SC)
- Morrinhos do Sul (RS)
- Mostardas (RS)
- Osório (RS)
- Palhoça (SC)
- Palmares do Sul (RS)
- Passo de Torres (SC)
- Paulo Lopes (SC)
- Pescaria Brava (SC)
- Porto Belo (SC)
- Rio Grande (RS)
- Sangão (SC)
- Santa Rosa do Sul (SC)
- Santa Vitória do Palmar (RS)
- Santo Amaro da Imperatriz (SC)
- São João do Sul (SC)
- São José (SC)
- São José do Norte (RS)
- Sombrio (SC)
- Tavares (RS)
- Terra de Areia (RS)
- Tijucas (SC)
- Torres (RS)
- Tramandaí (RS)
- Três Cachoeiras (RS)
- Tubarão (SC)
- Xangri-lá (RS)
Já as regiões que estão sofrendo com fortes chuvas desde a segunda-feira (24) são o sudoeste, centro ocidental, centro oriental, sudeste do Rio Grande do Sul, além da região metropolitana da capital Porto Alegre.
O que é um ciclone extratropical
De acordo com a MetSul Meteorologia, o fenômeno é caracterizado por um sistema de baixa pressão atmosférica que ocorre em latitudes médias, ou seja, longe da região equatorial.
Geralmente, ele se forma a partir da diferença de temperatura entre a região equatorial e as latitudes médias. Isso ocorre porque o ar quente da região equatorial sobe e o ar frio das latitudes médias desce, criando uma zona de conflito que pode gerar os ciclones.
Além disso, a presença de correntes de ar em altitudes diferentes também pode contribuir para a formação desses fenômenos.
Os ciclones extratropicais são comuns em regiões como a Europa, América do Norte e Ásia, mas também podem ocorrer em países como o Brasil, na América do Sul. Esses ciclones costumam se caracterizar por fortes ventos, chuvas intensas e até neve, dependendo da região e da estação do ano.
Tipos de ciclones
Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os ciclones surgem principalmente sobre os oceanos, geralmente em regiões tropicais [entre os trópicos de Câncer e Capricórnio], podem durar vários dias e se deslocar por longas distâncias, tornando-se, em alguns casos, muito intensos.
Também há os casos em que esses fenômenos ocorrem fora das regiões tropicais. Quando ocorrem fora dessas zonas, recebem o nome de ciclones extratropicais.
Nos eventos tropicais, a energia vem da evaporação da água do mar. Já nos extratropicais, há uma frente fria associada. Os ventos são mais fracos e a energia vem de contrastes térmicos horizontais, ou seja, massa de ar frio próximo a uma massa de ar quente.
Medidas para minimizar o impacto dos ciclones
A Defesa Civil alerta que é importante seguir as medidas preventivas recomendas pelas autoridades para minimizar os impactos desses fenômenos.
Entre as recomendações estão o monitoramento constante da previsão do tempo, a realização de obras de infraestrutura pelo poder público para evitar enchentes e deslizamentos de terra, e a conscientização da população sobre a importância de se abrigar em segurança durante a passagem dos ciclones.
*Publicado por Pedro Jordão, com informações de Gabriel Ferneda, da CNN