Novo caso de mala trocada por drogas no aeroporto de Guarulhos leva líbio-brasileiro à prisão
PF descobriu, pelas imagens do aeroporto, que duas bagagens com 43kg foram enviadas para a Turquia
A Polícia Federal de São Paulo descobriu mais um caso de tráfico de drogas no aeroporto de Guarulhos, o maior do país, com base em troca de etiquetas de malas. Um líbio com cidadania brasileira foi preso injustamente em maio, segundo a PF.
Imagens do terminal aeroportuário obtidas pela CNN mostram a apreensão de duas bagagens com 43 kg de cocaína. Ambas foram embarcadas de Guarulhos em nome da esposa do brasileiro.
O homem líbio-brasileiro, identificado como Ahmed Hasan, de 37 anos, e a família embarcaram em São Paulo no dia 22 de outubro de 2022 para Istambul, na Turquia. Depois, seguiram normalmente para a Líbia, onde moram. Já em maio deste ano, ao retornar sozinho à Turquia, Hasan foi preso acusado de tráfico internacional de drogas.
Hasan e a família não foram presos em flagrante porque as malas com a droga só saíram quatro dias depois de Guarulhos para a Turquia, em 26 de outubro de 2022, quando eles já haviam desembarcado. Segundo a PF, a etiqueta da mala deles foi retirada e, em vez de usar no próprio dia, a etiqueta foi guardada para usar alguns dias depois no voo onde a droga foi despachada efetivamente.
Nas imagens do aeroporto, a PF suspeita de um ônibus de transporte de passageiros, que teria levado a droga para o avião da Turkish Airlines. Os investigadores suspeitam da movimentação desse veículo porque ele sai do aeroporto e só retorna à noite.
Por volta das 21h40, esse ônibus vai acompanhado de outro veículo para um galpão, onde não há câmeras de segurança. Em seguida, uma carreta leva cargas para os aviões. A PF aponta que é neste momento que a mala com droga seria colocada no avião.
A advogada Luna Provázio, que defende o líbio-brasileiro, disse à CNN que ele está em prisão domiciliar. “Ele está proibido de sair da Turquia. Está com o passaporte retido até a data do julgamento, que será no dia 30 de novembro”, informou.
A defensora é a mesma que conseguiu provar, junto à PF, que duas goianas foram presas injustamente na Alemanha em abril por conta de troca de etiquetas em malas no aeroporto de Guarulhos. A PF enviou provas para a Justiça alemã, que concedeu liberdade a Jeanne Paolini e Kátyna Baía.
A CNN mostrou, também em abril, que a Polícia Federal investiga atuação do PCC aliciando funcionários terceirizados das companhias aéreas para colocarem drogas e conseguirem traficar para a Europa. Nove pessoas já foram presas nesse esquema investigado pela PF. Nesse caso do líbio, ainda não há identificação de suspeitos, mas a investigação continua.
A CNN procurou a Turkish Airlines e aguarda retorno.