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    Nota alta no Enem: entenda a metodologia de avaliação exame

    A Teoria de Resposta ao Item (TRI) minimiza o famoso “chute” dos candidatos e avalia de forma mais justa as habilidades e competências dos estudantes

    Rodrigo Maia, da CNN, em São Paulo

    Tirar uma nota alta na prova do Enem nem sempre é o resultado simplificado do número de acertos na prova.

    A metodologia de avaliação usada pelo Ministério da Educação chamada de TRI não considera somente o número total de acertos no teste.

    No exame, a característica das questões, chamada de item, é a unidade básica de análise. A coerência das respostas é “premiada” com resultados mais altos.

    De acordo com o MEC, a metodologia da TRI tem três parâmetros:

    1. Grau de discriminação do item: capacidade que um item tem de distinguir os estudantes que sabem o que estão respondendo dos que não sabem.
    2. Grau de dificuldade do item: nível de dificuldade da questão
    3. Grau de acerto ao acaso (chute): nível de probabilidade de um estudante de baixa proficiência acertar o item.

    O professor Wolney Candido de Melo, doutor em educação pela USP e integrante de um grupo de pesquisa em avaliação educacional, traz um exemplo prático para explicar a TRI:

    Na área de matemática, dois os estudantes A e B têm a mesma quantidade de acertos: 20 (vinte). Porém, o aluno A acertou as 20 questões mais fáceis da prova e errou as 25 mais difíceis. Por outro lado, o aluno B errou as 25 mais fáceis e acertou as 20 mais difíceis.

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    Em uma prova tradicional, os dois alunos ficariam com 20 pontos.

    No entanto, neste caso, as notas em valores reais no Enem serão:

    • Aluno A: 615,8
    • Aluno B: 301,5

    “O que ocorre é que o algoritmo da TRI, por meio de softwares estatísticos, diminui o peso dos acertos das questões mais difíceis quando o estudante erra as mais fáceis. Da mesma forma, ele diminui o peso do erro nas questões mais difíceis quando o aluno acertou as mais fáceis”, explica o professor Wolney.

    Com esse cenário, a orientação mais adequada ao aluno é para que ele não perca tempo nas questões mais difíceis e gaste o tempo que for necessário para acertar as mais fáceis.

    Se tiver que chutar, que seja na difícil. Afinal, errar a difícil é “normal”, mas errar as fáceis faz com que o sistema diminua o peso dos acertos das questões difíceis. Com isso, a tendência é a nota do estudante diminuir.

    Sobre a “justiça” desse tipo de avaliação, o professor Wolney é direto. “Eu acho justo, pois, se o aluno acerta o difícil e erra o fácil, há uma grande possibilidade de ser chute. Além disso, é a única metodologia estatística que permite comparar, com pequena margem de erro, resultados obtidos em provas diferentes, como é o caso do Enem, tanto na versão impressa como na digital.”

    A preparação para a prova do Enem deve ser feita de forma estratégica. Estudar antes da prova é tão importante quanto saber quais questões o investimento de tempo deve ser maior para a nota alta ser alcançada.

    A metodologia de avaliação é diferente do modelo tradicional. Portanto, a postura do estudante também deve ser.

     

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