Neve cai no Sul do Brasil em pleno início de primavera
Fenômeno considerado raro nessa época aconteceu após passagem de um ciclone extratropical e uma forte massa de ar frio
Flocos de neve começaram a cair no final da noite desta quinta-feira (22) e durante a madrugada de sexta-feira (23) em algumas cidades da Serra Catarinense.
Em Urupema, os termômetros chegaram a registrar -1.5°C. No Morro das Antenas, a paisagem ficou coberta de gelo, assim como em algumas localidades de Bom Jardim da Serra, que teve mínima de -1.2°C e São Joaquim, no Planalto Sul Catarinense, que fez 0.4°C.
A quantidade de neve surpreendeu os moradores, como é o caso do fotógrafo Mycchel Legnaghi, que estava na expectativa de ver o fenômeno, mas sem muitas esperanças. “Foi muito bacana acompanhar e registrar esse momento em pleno mês de setembro e na primavera”, disse.
Os especialistas também não esperavam a quantidade de neve registrada, como afirma Piter Scheuer metereologista do Climaterra: “A princípio, a gente tinha o indicativo de neve que era válido para essa sexta-feira. Era uma chance pequena que acabou se concretizando e acumulando em alguns pontos. E foi mais representativa que o esperado”.
A ocorrência do fenômeno em setembro, considerada rara, aconteceu após a passagem de um ciclone extratropical, que se formou sobre o Oceano Atlântico, junto à costa gaúcha, aliado a uma forte massa de ar frio de origem polar.
Segundo a Metsul Meteorologia, a queda de neve após o inverno, em plena primavera, não é inédito, mas pouco comum. Já os ciclones são frequentes nesta época do ano e costumam acompanhar o ingresso de massas de ar frio.
Além disso, ventos fortes também foram registrados. As rajadas atingiram 94 km/h em Bom Jardim da Serra (SC), 90 km/h, em Mostardas (RS) e 64km/h em Vacaria (RS), de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia.
Apesar do início da primavera ter sido marcado por temperaturas negativas, a estação deverá finalizar com temperaturas altas e volume de chuva abaixo ou muito abaixo da média. Isso se deve pela influência, mais uma vez, do fenômeno La Niña.
