Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Naufrágio na Garganta do Diabo: sobrevivente segurou em pedras para se salvar

    Camila Alves foi uma das cinco resgatadas após barco afundar em região do litoral sul de São Paulo; duas mulheres continuam desaparecidas

    Carolina Figueiredoda CNN , em São Paulo

    Foi segurando nas pedras que cercam o mar da região conhecida como Garganta do Diabo, em São Vicente, no litoral sul de São Paulo, que a jovem Camila Alves conseguiu se salvar do naufrágio de um barco com sete ocupantes no último domingo (29).

    “Foi um desespero total, eu não sei nadar e as ondas eram muito fortes”, contou a jovem pelas redes sociais. Duas pessoas ainda estão desaparecidas após o naufrágio.

    Camila está entre as cinco pessoas resgatadas pelo Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar) e pela Marinha após o acidente. Beatriz Tavares da Silva Faria e Aline Tamara Moreira de Amorim seguem desaparecidas, e os Bombeiros retomaram as buscas pelas duas na manhã desta terça-feira (1).

    Camila Alves é uma das cinco sobreviventes ao naufrágio na Garganta do Diabo, no litoral de São Paulo • Reprodução/Instagram

    “A gente estava na lancha e deu o horário [de locação do veículo]. O mesmo barco que levou a gente até a lancha, eles iam trazer a gente de volta para a marina, mas no percurso veio uma onda muito forte e o barco virou em cima da gente”, relatou Camila.

    De acordo com ela, o grupo participava de uma festa em uma lancha, mas o acidente ocorreu em um barco menor, que levava sete pessoas de volta para a cidade. Camila contou que as ondas estavam muito fortes e o barco começou a balançar muito, até o momento que virou.

    “Tinham três coletes e dois galões de gasolina no barco. Cada um se agarrou em um e tentou lutar pela sua vida. As ondas estavam muito fortes, o que a gente tentou fazer foi se jogar para as pedras, estávamos engolindo muita água”, lembrou.

    Ainda segundo a jovem, todos os presentes no barco estavam bem, mas ninguém utilizava colete salva-vidas. “Nenhuma das meninas sabia nadar. Todo mundo começou a se perder e tentar se salvar”.

    Camila diz que conseguiu, com o piloto do barco, chegar até as pedras. Ela contou que ficou cerca de cinquenta minutos lutando para não se afogar e tentando alcançar as pedras. “As pessoas se feriram muito no acidente. Bati minha cabeça na pedra, tomei ponto. Todo mundo ficou muito machucado”, disse.

    Até a última atualização, equipes do Corpo de Bombeiros e da Marinha do Brasil seguiam realizando buscas pelas duas mulheres desaparecidas, porém ainda não havia novidades sobre o caso.

    Maré agitada é comum na região da Garganta do Diabo

    A Garganta do Diabo se caracteriza por ser uma espécie de fenda, um estreitamento na entrada da Baía de São Vicente que acaba contribuindo para uma maior agitação das marés neste espaço.

    Com isso, o local sofre com a influência de correntezas que vêm do sul e que avançam sobre a baía com força, além de ondas elevadas que acabam sendo formadas pelo excesso de deposição de sedimentos nesta área.

    Pedro Felipe Costa Pedroza Martins, 1º Tenente da Polícia Militar e porta-voz do GBMar, explicou que a Garganta do Diabo está posicionada entre a Ilha Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí, funcionando como entrada para a Baía de São Vicente, e sendo o acesso a locais como a praia do Gonzaguinha e a Ponte Pênsil.

    “Pelo fato de ter ali um gargalo, as correntes são muito fortes, tanto de enchentes como de vazantes”, explica Martins.

    Tópicos