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    “Não trabalhamos com a hipótese de adiamento do Enem”, diz presidente do Inep

    Em entrevista à CNN, ele também afirmou que, caso não seja possível aplicar o exame em alguma cidade, ela pode enfrentar o cancelamento da prova

    Luana Franzão*, da CNN, em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (13), o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, afirmou que o órgão “não trabalha com a hipótese do adiamento do Enem”. O Exame deve iniciar a aplicação no domingo (17), com segunda prova em 24 de janeiro, na versão impressa. 

    A declaração vem depois de manifestações de estudantes nas redes sociais, e também de um pedido do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) encaminhado ao MEC (Ministério da Educação) na terça-feira (12) pelo adiamento das provas.

    “Apesar dos jovens terem menor risco de desenvolver formas graves e tampouco estar prevista a vacinação da população com menos de 18 anos, o aumento da circulação do vírus nesta população pode ocasionar um aumento da transmissão nos grupos mais vulneráveis”, diz o ofício assinado pelo presidente do Conass, Carlos Lula.

    Lopes afirma que não recebeu nenhuma manifestação, e portanto, não poderia emitir pronunciamento sobre o assunto. “Nenhum secretário de saúde mandou qualquer ofício, email, mensagem de Whatsapp, ou me ligou para falar sobre a situação do Enem”, disse.

     

    Sobre o aumento de casos da Covid-19 em todo o país, o presidente afirmou que o órgão “se preparou para aplicar as provas em um contexto de pandemia” e que “entendemos que as medidas de saúde que estão aplicadas são suficientes para garantir uma aplicação da prova com segurança”.

    No Brasil, até o momento foram registrados 8.191.637 casos do novo coronavírus e 204.690 óbitos pela doença, de acordo com o Ministério da Saúde. Nesta segunda-feira (11), uma das vítimas da doença foi o diretor Avaliação da Educação Básica do Inep, o general Carlos Roberto Pinto de Souza.

    Ele também afirmou que o Inep considera uma minoria o grupo que pede o adiamento, com base em pedidos e manifestações que tem recebido de governos de estados — como São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul — e instituições de ensino superior para manter a data do exame.

    Alexandre Lopes
    Alexandre Lopes, presidente do Inep, em entrevista à CNN
    Foto: Reprodução/CNN Brasil

    “Para a preparação de um exame desse alcance, de quase 6 milhões de participantes, é preciso muito planejamento. Com o planejamento que foi feito, com a data que foi definida, os resultados saem em 29 de março, para que o MEC prossiga os processos de seleção em abril e esses resultados sejam aproveitados ainda no primeiro semestre”, afirmou ao ser questionado sobre o adiamento.

    “O jovem que terminou o Ensino Médio em 2020 precisa da nota desse Enem para para poder concorrer a vagas em universidades públicas e privadas, para usar os programas de ingresso do governo, como SISU (Sistema de Seleção Unificada), ProUni (Programa Univerisdade para Todos) e Fies (Fundo de Financiamento Estudantil)”, exemplificou.

    O Enem deve ocorrer em 17 e 24 de janeiro em sua versão impressa, e em 31 de janeiro e 7 de fevereiro na versão digital. A prova já foi adiada uma vez por conta da pandemia, visto que normalmente é aplicada no final do ano e estava programada para novembro de 2020.

     

    O exame em Manaus

    A prefeitura da capital do Amazonas, Manaus, divulgou que não vai liberar o uso de escolas municipais para a aplicação das provas do Enem, devido ao agravemento da pandemia no estado.

    “Para evitar aglomerações nas unidades de ensino e a propagação da Covid-19, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) enviou ao Ministério Público Federal (MPF-AM) um ofício com os motivos da não liberação”, afirmou a prefeitura em nota à imprensa.

    Sobre o assunto, Alexandre Lopes afirmou que o Inep está em contato com a prefeitura de Manaus e com o governo do Amazonas, além de entidades da Saúde de ambos. O bloqueio do uso das escolas municipais dificulta a aplicação do Enem em Manaus, dado que o exame perderia 38 locais de prova.

    Ao explicar que o Inep não cogita o adiamento dos testes, Lopes também afirmou que a única possibilidade de mudança seria o cancelamento do exame em algumas cidades. “Se a gente não puder aplicar a prova, infelizmente essa cidade vai ficar fora do Enem 2020. Ela poderá apenas fazer o Enem 2021 em novembro”.

    Ele também afirmou que não foram tomadas decisões sobre os novos desdobramentos da prova em Manaus. “Não há uma definição em relação ao estado de Manaus e vamos comunicar os participantes de qualquer decisão”.

    *sob supervisão de