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    Não há justificativa para mantermos crianças fora das escolas, diz Renato Kfouri

    Pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim) explica que "a vacinação transforma a Covid-19 em uma doença que quase se trata em casa"

    Douglas Portoda CNN*

    em São Paulo

    O pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, declarou, nesta segunda-feira (7), em entrevista à CNN, que não há justificativa para manter as crianças sem aulas presenciais, devido ao aguardo de vacinas contra a Covid-19.

    Kfouri explica não haver circulação do coronavírus apenas nas escolas, já que muitas delas estão se infectando dentro de casa, em condomínios e  na própria família, com os pais que saem para trabalhar. Ele diz não há motivos para a recusa ao imunizante, porque “a vacinação transforma a Covid em uma doença que você quase sempre trata em casa”.

    “O receio da volta as aulas sem vacina, eu acho que não devemos ter. Até porque quem for esperar as vacinas funcionarem, com uma primeira dose em fevereiro, se for da Pfizer, uma segunda dose em abril e esperar mais quinze dias para fazer efeito, estamos falando de uma às aulas em maio, das crianças acima de cinco anos, porque abaixo não vamos ter oportunidade ainda. Não há hoje nenhuma justificativa para nós mantermos as crianças fora das escolas presenciais aguardando as vacinas”, afirma Kfouri.

    “Nós temos que garantir uma volta às aulas sanitariamente seguras, que seja efetiva pedagogicamente, e que também seja socialmente acolhedora. Se seu filho está doente, não vamos mandar para escola. Porque você pode contaminar os outros. A escola deve ter preocupação da alfabetização sanitária. Máscara, distanciamento, ambientes arejados. Aprendemos que a transmissão da Covid-19 não aumenta quando as escolas estão abertas ou fechadas”, continua.

    Para o pediatra, houve muito sofrimento com a falta de aulas presenciais. Principalmente pelo atraso da alfabetização e evasão escolas. “Quantas dessas crianças nunca mais terão a oportunidade de voltar para a escola?”, indaga.

    Segundo levantamento da Agência CNN, pelo menos 20 estados e o Distrito Federal irão voltar às aulas presencialmente e de forma obrigatória:

    • Rio de Janeiro
    • Espírito Santo
    • São Paulo
    • Minas Gerais
    • Rio Grande do Sul
    • Santa Catarina
    • Paraná
    • Mato Grosso
    • Mato Grosso do Sul
    • Alagoas
    • Bahia
    • Piauí
    • Maranhão
    • Ceará
    • Pernambuco
    • Sergipe
    • Rio Grande do Norte
    • Tocantins
    • Acre
    • Rondônia

    Segundo as secretárias de Educação, haverá exceções apenas para alunos com comorbidades para a Covid-19, com exceção do Mato Grosso.

    Nas capitais, ao menos 17 municípios definiram que irão retornar ao ensino presencial. Em alguns casos, há exceções para alunos com comorbidades, que poderão adotar o esquema híbrido:

    • Cuiabá (MT)
    • Natal (RN)
    • Rio de Janeiro (RJ)
    • São Paulo (SP)
    • Campo Grande (MS)
    • Florianópolis (SC)
    • Palmas (TO)
    • Porto Alegre (RS)
    • Curitiba (PR) (ainda analisa se também haverá a forma remota)
    • Salvador (BA)
    • Recife (PE)
    • Porto Velho (RO)
    • Vitória (ES)
    • Macapá (AP)
    • Goiânia (GO)
    • Distrito Federal
    • São Luís (MA)
    • Aracaju (SE)

    Somente duas capitais mantiveram, até o momento, o retorno via aulas online – Belém (PA) e Manaus (AM) –, enquanto Teresina (PI) determinou que as aulas aconteçam sob o esquema híbrido.

    Fortaleza (CE), Rio Branco (AC) e Boa Vista (RR) não haviam decidido, enquanto Maceió (AL) e João Pessoa (PB) não responderam.

    (*Com informações de Carolina Figueiredo, Giulia Alecrim, Elizabeth Matravolgyi, Julyanne Jucá, Beatriz Araújo e Giovanna Galvani, da CNN)