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    ‘Não faz sentido voltar para velha escola’, diz especialista sobre pós-pandemia

    Cláudia Costin, que é diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV, avalia que novas tecnologias devem ser incorporadas para diminuir desigualdades

    Produzido por Renata Souza*, da CNN, em São Paulo

    Entre os aprendizados educacionais que a pandemia proporcionou, a educação híbrida e a digitalização da escola deverão ser um dos legados para o retorno às aulas presenciais. A avaliação é da diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV (Fundação Getulio Vargas), Cláudia Costin.

    Em entrevista à CNN, a especialista destacou que o fechamento de escolas no último um ano e meio acentuou as desigualdades educacionais no país, como evidenciado no relatório da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em parceria com a Todos Pela Educação, divulgado nesta quarta-feira (30). 

    Em levantamento que reúne quase 40 países, o documento chama atenção para as desigualdades que ainda favorecem os alunos mais ricos.

    “A classe média contou com a presença dos pais em casa por causa do teletrabalho, enquanto que os mais vulneráveis, infelizmente, não tiveram isso porque os pais estavam na rua buscando uma fonte de renda”, exemplifica Cláudia sobre as barreiras socioeconômicas que impactaram nos dados da educação.

    “No retorno às aulas, um sentido de urgência em recuperar as atividades vai ser muito importante”, diz a especialista. “A OCDE tem dito que as aprendizagens perdidas de alunos do ensino médio [durante a pandemia] não dá mais pra recuperar, mas para as crianças do ensino fundamental, sim.”

    Por isso, a especialista avalia que a “velha escola” deve deixar de existir no retorno às atividades presenciais. 

    “A aceleração da inclusão digital de alunos e professores, que aprenderam a usar outras mídias e esses aprendizados, se bem trabalhados em informações sólidas, podem ajudar muito a escola a se transformar porque não faz sentido mais voltar para a velha escola”, analisa Cláudia.

    “[Devemos] lidar com essa questão no volta às aulas a partir do aprendizado, especialmente olhando no conceito de ensino híbrido, uma escola que ensine a pensar, que repasse para as mídias digitais as chamadas aulas expositivas e deixe o professor usar o melhor do seu talento para ensinar a aplicar os conceitos aprendidos em sala de aula em resolução de problemas”, explicou.

    (*sob supervisão de Elis Franco)

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