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    ‘Não dá mais para ser indiferente’, diz Bruna Lombardi sobre pandemia

    Nesta edição de O Mundo Pós-Pandemia, Bruna Lombardi fala sobre felicidade e autoconhecimento

    Paula Mariane, , da CNN em São Paulo

     
     

    O programa O Mundo Pós-Pandemia deste sábado (27) trouxe como tema “Felicidade e Autoconhecimento”. A convidada da edição foi a atriz, roteirista e palestrante Bruna Lombardi, considerada uma referência no assunto. 

    No início da entrevista, a âncora Daniela Lima cita uma frase dela. “A felicidade começa no autoconhecimento, naquela viagem que a gente faz para dentro. Essa é a única jornada possível para encarar o mundo, porque se você colocar a felicidade fora de você vai estar sempre na maré dos outros, e não na sua própria força”.

    Um mundo mais solidário

    Para Lombardi, a colaboração, a retribuição e a solidariedade se tornaram emergenciais em meio à pandemia. 

    “Antes mesmo da pandemia, ela já era emergencial. Mas, a pandemia teve a característica de maximizar, de trazer à tona, mesmo para os desatentos, mesmo para aqueles que não estavam prestando atenção, porque não queriam ou por uma indiferença natural”. 

    Ela traz um questionamento. “Não é interessante que durante os piores momentos que vivenciamos juntos, a generosidade e a solidariedade tenham surgido tão fortes? Assim como os problemas surgiram fortes, como o racismo, o feminicídio”.

    Nesta situação, a atriz entende que “não dá mais para ser indiferente”. 

    “A era da indiferença acabou. A gente tem que olhar de frente todos esses problemas que estão emergindo. Parece que abriram os bueiros e aquela coisa está subindo na cara de todo mundo”. 

    “Vamos ter infinitas pandemias se a gente não olhar a causa, em vez de olhar só as consequências”, analisa. 

    Bruna Lombardi
    Bruna Lombardi no programa O Mundo Pós-Pandemia
    Foto: CNN Brasil

    Mudança de valores

    O termo “felicidade”, assim como “amor”, se tornou uma palavra desgastada, afirma a atriz.

    “A felicidade é muito mal compreendida. Eu tive que vencer bastantes obstáculos para fazer as pessoas entenderem que não era [uma palavra] piegas”, conta Lombardi, relembrando as suas experiências em palestras. 

    Para ela, o autoconhecimento é o caminho necessário para alcançar a felicidade em sua plenitude.

    “[Esta] é uma felicidade que permite que você tenha grandes momentos de tristeza, de melancolia, que permite todos os sentimentos da existência humana”, diz. 

    Ela acredita que as grandes transformações do mundo são acompanhadas por uma mudança de valores.

    “Se elas não vierem acompanhadas de uma transformação e mudança de valores, [as situações serão] cíclicas. Simplesmente a história se repete”. 

    Lombardi ressalta, sobretudo, que a jornada é uma construção diária. Dessa forma, o caminho para o autoconhecimento é contínuo. “É um pouco aquele jogo: você chega, erra, volta mil casas, e recomeça. É um trabalho de perseverança”, afirma. 

    Padrões de beleza

    Questionamentos sobre se os atuais padrões de beleza permaneceriam na sociedade pós-pandemia, Bruna Lombardi acredita que a palavra ideal para esta questão é “liberdade”. “Eu acredito, sim, que a gente vai ter múltiplas belezas”, afirma. 

    “A beleza é a liberdade. A beleza tem tudo a ver com a liberdade. Se ela for conduzida para o lado da prisão, ela para de ser bonita”, reflete.

    “Quanto mais a beleza for libertária, quanto mais você tiver a expressão da sua beleza, quanto mais você se posicionar com aquilo que você é, com aquilo que você traz, [isso será possível]”.

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