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    Namorada teria se passado por empresário para fazer cobrança antes da morte por brigadeirão; entenda

    Amigo de infância que comprou casa de vítima no Rio de Janeiro recebeu mensagem de texto pedindo antecipação de pagamento

    Thomaz Coelhoda CNN*

    São Paulo

    Dois dias antes de o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, morrer envenenado por um brigadeirão, seu celular pode ter sido usado por Júlia Andrade Cathermol Pimenta, namorada da vítima e principal suspeita do crime, para fazer uma cobrança relacionada à compra de uma casa.

    A CNN teve acesso ao depoimento de Marcos Antônio de Souza Moura, amigo de infância do empresário, que relatou à polícia que no dia 18 de maio, sexta-feira, recebeu uma mensagem do celular de Luiz Marcelo pedindo um adiantamento no pagamento de um imóvel.

    De acordo com a testemunha, o combinado entre ele e o empresário era pagar R$ 3.000,00/mês todo dia 25 e, a cada janeiro, pagar R$ 20.000,00 até completar o valor total. Segundo ele, o acordo foi estabelecido em março de 2024.

    A mensagem de texto recebida no Whatsapp já causou estranheza, pois, segundo Marcos Antônio, Luiz Marcelo nunca enviava mensagens de texto, e o contato entre ambos sempre era feito por áudio.

    O depoimento de Marcos Antônio pode auxiliar as investigações, que sugerem que a motivação do assassinato foi econômica.

    O que sabemos sobre o caso

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, encontrado morto no dia 20 de maio no apartamento onde morava, na zona norte da capital fluminense.

    A principal suspeita é a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, namorada da vítima. Ela teve um pedido de prisão decretado, mas está foragida.

    Na última quarta-feira (29), a polícia prendeu duas pessoas supostamente envolvidas no caso, incluindo a cigana Suyany Breschak.

    As investigações sugerem que a motivação do assassinato foi econômica.

    “Júlia estaria buscando uma união estável com o empresário, no intuito de herdar os bens. Com a resistência da vítima, ela decidiu dar cabo da vida dele e subtrair bens, fazer transações”, detalhou o delegado Buss.

    A cigana presa admitiu ter ajudado Júlia a se desfazer dos bens de Luiz Marcelo, como o carro dele. O veículo foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil.

    Envolvimento da cigana no crime

    Suyany Breschak foi presa na quarta-feira por suposto envolvimento no crime. A mulher se identifica como cigana e seria a “orientadora espiritual” de Júlia.

    Segundo o delegado Marcos Buss, o assassinato foi combinado por mensagens trocadas entre Júlia e a cigana.

    “Sob forte influência de Suyany, Júlia teria praticado este homicídio. E Suyany sabia o que estava acontecendo. Inclusive, elas trocavam mensagens sobre como isso seria feito”, disse o delegado à CNN.

    No depoimento à polícia, a cigana afirmou que Júlia dividia a vida passando finais de semana com um namorado e os dias úteis com Luiz Marcelo.

    Segundo Suyany, a namorada de Luiz Marcelo deve R$ 600 mil a ela por diversos trabalhos realizados ao longo de 12 anos. A dívida vinha sendo amortizada com pagamentos mensais de R$ 5.000, conforme a cigana. A polícia aguarda a quebra de sigilo bancário das acusadas para confirmar a informação.

    Ainda de acordo com a cigana, Júlia seria garota de programa e continuava atendendo clientes para serviços sexuais, além de pedir trabalhos para ajudar a esconder essa fonte de renda de familiares e companheiros. A cigana afirmou que também fazia trabalhos de limpeza espiritual e rituais para atrair mais clientes.