Multas ambientais brasileiras caem 20% à medida que o desmatamento aumenta
A agência federal aplicou 9.516 multas em 2020 em comparação com 11.914 em 2019
A principal agência ambiental do Brasil, o Ibama, aplicou 20% menos multas em 2020, de acordo com um levantamento divulgado por uma iniciativa brasileira sem fins lucrativos de checagem nesta terça-feira (12), enquanto o desmatamento na Amazônia disparava.
A agência federal aplicou 9.516 multas em 2020 em comparação com 11.914 em 2019, de acordo com uma análise de bancos de dados públicos do Fakebook.eco, que é administrado pelo grupo de campanha Observatório do Clima.
Desde que assumiu o cargo em 2019, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem cortado o financiamento do Ibama e instalando gerentes que promoveram táticas mais suaves contra a extração ilegal de madeira, agricultura e mineração.
Bolsonaro disse que mais agricultura comercial e mineração na floresta amazônica são necessárias para tirar a região da pobreza, e acusou o Ibama de criar uma “indústria de multas”.
A iniciativa Fakebook afirma que Bolsonaro paralisou o Ibama e criou impunidade para o desmatamento e mineração ilegal.
O desmatamento na Amazônia atingiu um pico de 12 anos em 2020, quando uma área de floresta sete vezes o tamanho de Londres foi desmatada, de acordo com o instituto de pesquisas espaciais do governo (Inpe).
De acordo com a análise do Fakebook, as multas específicas para violações da “flora” na região amazônica, que inclui o desmatamento, caíram 42% nos 12 meses até julho de 2020, em comparação com o período de 12 meses anterior.