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    Suspeita de “stalking” é presa após cinco anos de perseguição a médico de MG

    A mulher, identificada como Kawara Welch, era paciente do médico e, em 2019, teria começado a persegui-lo

    A suspeita de stalking, identificada como Kawara Welch
    A suspeita de stalking, identificada como Kawara Welch Reprodução/redes sociais

    José Maria Tomazela, do Estadão Conteúdo

    Uma mulher foi presa por stalking depois de perseguir durante cinco anos um médico e sua família, em Ituiutaba, cidade do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. A jovem de 23 anos estava foragida desde março do ano passado e foi presa no dia 8 de maio, em uma universidade de Uberlândia, onde cursava nutrição.

    Ela também foi acusada de furto, ameaça e extorsão. O caso foi divulgado no domingo (19) no Fantástico, da TV Globo. A defesa nega a prática de crimes.

    A suspeita, identificada como Kawara Welch, era paciente do médico e, em 2019, teria começado a persegui-lo, alegando estar apaixonada por ele, segundo a denúncia. A jovem foi excluída da lista de pacientes pelo médico, mas as perseguições não cessaram. Como ele resistiu ao assédio, ela passou a fazer ameaças e começou a ligar para familiares do profissional.

    O médico e sua mulher registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação do sossego, lesão corporal, ameaça e extorsão.

    Ao Fantástico, o médico disse que havia sido procurado pela jovem para tratar uma depressão, mas ela passou a tentar um relacionamento. Como ele se negava, ela enviava mensagens em que amarrava uma corda ao pescoço e simulava um enforcamento. Depois passou a ameaçar de enviar conversas que eles tiveram à mulher dele. Em um dia, ela chegou a enviar 1.300 mensagens e a fazer mais de 500 ligações por celular.

    O médico relatou que a jovem apareceu em congressos que ele participava em outras cidades e ainda o perseguiu no trânsito, o que o obrigou a trafegar na contramão para se livrar da perseguição.

    Em uma das ocasiões, a jovem invadiu o consultório do médico que atendia uma paciente e agrediu a mulher dele. A estudante teria ainda furtado o celular da mulher do médico dentro da clínica, o que levou a Justiça a expedir um mandado de prisão contra ela. A defesa da jovem conseguiu que ela fosse liberada com a imposição de medidas cautelares, mas a denunciada não cumpriu as exigências. Um novo mandado de prisão foi expedido contra ela.

    A ordem judicial foi cumprida pela Delegacia de Homicídios de Uberlândia. Os celulares da jovem foram apreendidos para uma perícia. Ela foi levada para a ala feminina da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia.

    O stalking (perseguição, em inglês) é a prática de perseguir uma pessoa de forma sistemática, postando comentários invasivos em suas redes sociais, fazendo ligações telefônicas de forma insistente e incômoda. Seguir a rotina da pessoa fazendo abordagens inconvenientes também pode ser uma forma de stalking. A prática passou a ser considerada crime em março de 2021, quando foi incluída no Código Penal. A pena é de seis meses a dois anos de reclusão e multa.

    Ao Fantástico, a defesa de Kawara Welch disse que o médico e sua cliente tiveram um relacionamento e que ela apenas buscava manter a relação. A defesa negou os crimes imputados à mulher. Já o advogado do médico disse que jamais houve relacionamento entre eles e, ainda que houvesse, não justificaria a conduta da acusada.

    A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Kawara. O espaço está aberto para a manifestação da defesa.