Mulher é investigada por morte de menino que caiu de prédio em PE; veja vídeo
Câmera de segurança do prédio indica que ela permitiu que menino entrasse sozinho no elevador; ele se acidentou ao ter acesso a um andar sem tela de proteção
A polícia do Recife investiga a conduta de uma mulher presa em flagrante por homicídio culposo (sem intenção de matar) após a queda de um menino de 5 anos do 9º andar de um prédio em condomínio de luxo no Recife. O prazo para concluir a investigação é de 30 dias, a depender das apurações.
A mulher, Sarí Corte Real, é mulher do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker Corte Real (PSB). Sarí pagou R$ 20 mil em fiança para responder ao inquérito em liberdade. Ela era patroa da mãe do garoto, Mirtes Renata Souza, que trabalhava como empregada doméstica.
Em imagens de câmeras de segurança do prédio (veja acima) é possível ver a patroa falar com a criança e permitir que o menino entre sozinho no elevador. Conforme a gravação, ela chega a aproximar a mão do botão do elevador onde ficam os andares mais altos do prédio, antes que a porta se feche.
De acordo com informações da polícia, a criança tinha sido deixada pela mãe sob responsabilidade da patroa, enquanto saía para passear com o cachorro da família.
“A gente observa que ela (a patroa) aperta um outro andar superior ao apartamento em que residia e a criança acaba, de forma inesperada pela investigação, a ficar só no elevador. Ela sobe, para no primeiro andar e depois, ao abrir a porta do 9º andar, desembarca”, disse Ramon Teixeira, delegado da Delegacia Seccional de Santo Amaro.

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Na área, ficava uma caixa de condensadores de aparelhos de ar-condicionado sem tela de proteção. A queda foi de em uma altura de cerca de 35 metros. O delegado afirma que a morte, em decorrência da queda, foi acidental. “O que restava identificar era a responsabilidade de alguém pelo fato de aquela criança ter ficado só.”
“Sendo a morte resultado de um homicídio culposo, um crime para o qual a nossa legislação confere o arbitramento de fiança, é um direito subjetivo da pessoa autuada, pelo menos juridicamente falando, e o arbitramento da fiança no valor de R$ 20 mil, quando pago, nos fez conceder a liberdade provisória”, concluiu o delegado.

“Disseram que foi acidente, a gente estranhou o fato de não ter as imagens (de câmeras do elevador), só mostraram Miguel saindo do elevador. Depois, veio a imagem da patroa que colocou ele sozinho no elevador, porque Miguel aperreou querendo a mãe dele. Ela apertou o (botão do) elevador, deixou sozinho e aconteceu essa fatalidade”, diz Amanda Kathllen da Costa, sobrinha de Mirtes.
A CNN entrou em contato com o advogado de Sarí, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
A reportagem também telefonou para os números da prefeitura de Tamandaré disponíveis no site oficial, mas as ligações não foram atendidas.
(Com Estadão Conteúdo)