MST libera área da Embrapa após governo federal assumir compromisso de assentar famílias
Está programada para esta terça-feira (1º) uma reunião com lideranças do movimento para tratar de demandas que não teriam sido atendidas
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocupou a área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina, no sertão de Pernambuco, depois que o governo federal assumiu o compromisso de assentar as 1.500 famílias que faziam parte da ocupação. As informações são da repórter da CNN Tainá Falcão.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse à CNN que deve haver uma reunião entre o MST e o governo federal na próxima terça-feira (1º) para conversar sobre as demandas que, segundo o movimento, ainda não foram atendidas. Representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também devem participar.
A invasão ocorreu na véspera do evento Semiárido Show, programado para os dias 1º a 4 de agosto na unidade da Embrapa de Petrolina. Em comunicado, o MST justificou a invasão com o fato de que o governo federal não teria cumprido com acordos prometidos em abril.
Em nota, a Embrapa confirmou que todos os ocupantes do MST já se retiraram do local e os trabalhos para a abertura oficial do evento na terça-feira (1º) seguem normalmente.
A empresa manifestou seu repúdio ao ato e disse que a empresa “rapidamente adotou todas as medidas necessárias para a desocupação da área, visando a realização do referido evento nas dependências da Embrapa Semiárido, conforme planejado, com apoio interno e de várias estruturas do governo, incluindo ministérios, Incra e outras instâncias competentes”.
O MST já havia ocupado a área da Embrapa em Petrolina em abril – mês no qual o movimento tradicionalmente realiza um número maior de ações para promover a reforma agrária –, e deixou o local no final daquele mês após negociações com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Segundo o comunicado do movimento, foram prometidos pelo governo federal na ocasião: a destinação de parte da área para a reforma agrária; repasse de áreas para assentar as famílias que faziam parte da ocupação; e a recriação da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Petrolina.
*Publicado por Fernanda Pinotti, da CNN