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    MP e Defensoria cobram União por falhas no abastecimento de oxigênio no AM

    Trabalhadores chegam a hospital em Manaus, no Amazonas, com cilindro de oxigênio
    Trabalhadores chegam a hospital em Manaus, no Amazonas, com cilindro de oxigênio Foto: Bruno Kelly/Reuters (14.jan.2021)

    Iuri Corsini*, da CNN, no Rio de Janeiro

    O Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Amazonas, a Defensoria Pública da União, a Defensoria do Estado do Amazonas e o Ministério Público de Contas, entraram com ação cautelar com pedido de tutela antecipada, na tentativa de assegurar o fornecimento emergencial de oxigênio para o estado do Amazonas. 

    A ação foi protocolada no final da tarde desta quinta-feira (14) e contém duras críticas ao governo federal no auxílio da crise de saúde enfrentada pelo estado amazonense.

    Na petição, que antecede a ação civil pública e tem por intuito garantir o fornecimento de oxigênio ao estado, os defensores e procuradores ressaltaram que foram realizadas reuniões nos últimos dias com os órgãos de execução e de fiscalização em Manaus, determinando que a “Força Aérea Brasileira (FAB) seria a responsável pelo transporte dos cilindros de oxigênio líquido, a partir de estoques disponíveis em outros estados da federação, para o Amazonas”. 

    Essa logística, quando por via aérea, é necessária em decorrência das peculiaridades no transporte desse tipo específico de insumo, que é volátil e altamente inflamável, tendo que ser transportada por aeronave despressurizada de carga, que só a FAB possui aqui no país.

    Porém, como consta na ação cautelar, surgiu na manhã desta quinta-feira, a informação obtida através de canais informais de controle, que o avião em questão apresentou problemas que necessitaram reparo e, por isso, o fluxo emergencial de fornecimento do oxigênio foi interrompido, “culminando na situação atual e notória da falta de insumo nas unidades de saúde de Manaus e do interior do Amazonas”.

    Foi salientado na ação que a empresa responsável pela maior parte do fornecimento não tem logística suficiente para atender a demanda atual e que, caso a União não apresente um plano para contornar a situação, o já crítico quadro se agravará ainda mais, com “muito mais óbitos” por vir.

    “A União, por sua vez, que possui a atribuição legal de coordenar as atividades relacionadas às políticas públicas de saúde, não apresentou, até o presente momento, solução para contornar a situação, uma vez que, no âmbito das Forças Armadas, possui suficiente aparato logístico para tornar possível a imediata regularização da oferta medicinal, seja pelo reparo da aeronave em questão, seja pela utilização de outra. Há também a possibilidade de se socorrer às vias diplomáticas para apoio logístico”.

    Os órgãos também reforçaram que têm solicitado apoio de outros estados para o fornecimento de oxigênio, mas tem esbarrado “na necessidade da devida assunção da responsabilidade pelo transporte, cabível à União”.

    *Sob supervisão de Robson Santos