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    MP denuncia 11 pessoas por participação em “ecossistema” do PCC na Cracolândia

    Investigação concluiu que grupo mantinha "quartel-general" de atividades criminosas na Favela do Moinho, no centro de São Paulo

    Rafael Saldanhada CNN

    O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou 11 pessoas pela participação em um “ecossistema” criminoso do PCC na região da Cracolândia, no centro de São Paulo.

    O MP-SP concluiu que a organização mantinha uma série de atividades ilícitas no local como tráfico de drogas, comércio ilegal de peças de veículos e celulares e corrupção de agentes públicos que extorquiam comerciantes da região.

    Segundo o órgão, a Favela do Moinho servia como um “verdadeiro ‘quartel-general’ de todo ecossistema criminoso na região central de São Paulo” e para o abastecimento de entorpecentes no território.

    Com o domínio da região, o PCC fazia a vigilância e monitoramento da atuação da polícia a partir da captação de sinais de rádios transmissores.

    O grupo era comandado por Leonardo Monteiro Moja, conhecido como “Leo do Moinho”. Veja a lista dos acusados:

    • Leonardo Monteiro Moja
    • Raquel Maria Faustina Monteiro Moja
    • Jefferson Francisco Moja Teixeira
    • Alberto Monteiro Moja
    • Ivan Rodrigues Ferreira
    • Janaína da Conceição Cerqueira Xavier
    • Valdecy Messias de Souza
    • Paulo Márcio Teixeira
    • Ingrid de Freitas
    • Wellington Tavares Pereira
    • Alfredo da Silva Bertelli Prado

    Eles são acusados pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e violação de comunicação radioelétrica.

    O ministério pediu a prisão preventiva de Jefferson e Alberto Moja, que comandavam as atividades ilegais na ausência de Leo do Moinho. O líder do grupo havia ficado preso entre 2021 e 2023.

    O órgão afirma que os dois conseguirão manter o funcionamento da organização criminosa, caso permaneçam soltos, além serem indivíduos reincidentes e que respondem a processos criminais.

    A denúncia foi apresentada à Justiça na última segunda-feira (19).

    Resultados da investigação

    As investigações, que duraram cerca de um ano, apuraram que o grupo possui amplo acesso às comunicações das autoridades com a instalação de rádios na região. Assim, os criminosos conseguem antecipar as ações policiais e até despistá-las.

    De acordo com o ministério, esse nicho é muito importante para o exercício de toda organização criminosa.

    Isso porque, ao obter informações privilegiadas de operações da polícia, os criminosos prosseguiam com o tráfico de drogas na Favela do Moinho.

    A denúncia também aponta que há indícios de uma rede estruturada de receptadores, instalados em comércios na região, que absorvem produtos roubados e armazenam e vendem em seus estabelecimentos.

    Além disso, o relatório mostra que as práticas ilegais ainda serviram para violar os direitos de inúmeras pessoas, em afronta a dignidade do ser humano.

    O MP-SP concluiu que a família Moja, liderada por Leonardo Monteiro Moja, se aproveitou da desorganização e ausência das autoridades na região para instalar um ambiente de diversas atividades criminosas.

    Essas práticas se retroalimentam e violam direitos humanos básicos das pessoas na região, principalmente de dependentes químicos, que eram incitadas a irem contra ações da polícia.

    Operação Salus Et Dignitas

    A investigação do Ministério Público resultou em uma “megaoperação” na Cracolândia, na região central da capital paulista, no dia 6 de agosto.

    A ação terminou com 15 pessoas presas e 56 imóveis interditados. De acordo com o balanço divulgado pelo governo de São Paulo, dez foram presos em flagrante e cinco por mandado judicial.

    Leonardo Monteiro Moja, que estava em liberdade condicional, foi preso na operação.

    Também foram alvos três guardas-civis metropolitanos e um ex-agente da GCM suspeitos de operar o núcleo que extorquia dinheiro de comerciantes da área.

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