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    MP dá parecer contrario à progressão de Alexandre Nardoni ao regime aberto

    Pedido de liberdade foi protocolado na última segunda (1º) pelo advogado de Nardoni, Roberto Podval

    Alexandre Nardoni está preso pela morte da filha, Isabella
    Alexandre Nardoni está preso pela morte da filha, Isabella 07/05/2008 - Eduardo Anizelli/ESTADÃO CONTEÚDO

    Rafael Villarroelda CNN*

    O Ministério Público de São Paulo emitiu nesta quarta-feira (10) um parecer contrário ao pedido de Alexandre Nardoni, de 45 anos, para migrar ao regime aberto, o que permitiria que ele cumprisse o restante de sua pena em liberdade.

    Ele já cumpriu quase metade da pena em regime fechado, em virtude do crime cometido em 2008.

    Nardoni foi sentenciado em 2010 a 31 anos e 1 mês de prisão pela morte da própria filha, Isabella Nardoni, aos 5 anos.

    A menina foi jogada da janela do sexto andar do apartamento onde Alexandre morava com a esposa, Anna Carolina Jatobá, também condenada pelo crime, e outros dois filhos pequenos, no Edifício London, na Vila Guilherme, zona norte da capital paulista.

    O pedido de liberdade de Nardoni foi protocolado na Justiça na última segunda-feira (1º) pelo advogado Roberto Podval, que é seu defensor desde a época do julgamento.

    Na peça, Podval argumentou que seu cliente apresenta “bom comportamento” e “ótima conduta” carcerária.

    “Nunca incorreu em falta disciplinar de qualquer natureza e não tem envolvimento com facção criminosa, ou seja, tem e sempre teve uma conduta prisional exemplar”, citou sua defesa no pedido de progressão.

    No entanto, o MP sustenta que tais “qualidades” de Nardoni não devem ser postas à mesa ao analisar se ele merece ou não sair da cadeia, pois o bom comportamento não é um mérito do sentenciado, e sim sua obrigação.

    Além disso, o MP o considera “inadmissível” dar liberdade a Nardoni agora pois ele está há apenas 5 anos no regime semiaberto e sua pena só terminará em 2035.

    Outro ponto que implica contra Nardoni é o fato dele nunca ter admitido que jogou a filha pela janela, se tornando um dos imbróglios para que ele ganhe as ruas novamente.

    O Ministério Público recomendou que ele seja submetido ao teste de Rorschach antes de migrar para o regime aberto.

    Outros presos “famosos” como Suzane Magnani (ex-Richthofen) e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos foram submetidos ao teste, assim como Elize Matsunaga, sentenciada pelo assassinado do marido.

    O exame em questão, também conhecido como “teste do borrão”, é uma técnica psicológica na qual uma pessoa descreve o que vê em dez pranchas contendo manchas de tinta abstratas. As respostas são usadas para analisar aspectos da personalidade e emoções que o indivíduo não deseja revelar. Exemplo: falsidade, inveja, ódio, agressividade, etc.

    De fato, Nardoni sustenta até hoje que um estranho entrou em seu apartamento, deparando-se com Isabella. Para se livrar dela, o tal assassino teria ido até uma gaveta do armário da cozinha, pego uma tesoura e cortado a tela de proteção da janela do quarto, arremessando a menina. No entanto, as marcas de poeira da tela de proteção estavam na camiseta usada por Nardoni, segundo atestou um laudo oficial assinado pela perita Rosângela Monteiro.

    Chaib classificou a tese do pai de Isabella como “psicótica”. “Apesar de todos os elementos de convicção produzidos no caderno processual, o sentenciado se diz inocente”.

    No regime aberto, o condenado livra-se totalmente do cotidiano na penitenciária, passando a cumprir pena em casa, sendo obrigatório que ele trabalhe e não esteja na rua entre as 20h e as 6h da manhã.

    No regime mais brando, Nardoni não poderia frequentar bares e boates, muito menos consumir bebida alcoólica em lugares públicos. O mesmo também não poderia deixar a cidade-domicílio sem pedir autorização à Justiça. Durante o fim de semana completo, é obrigatório ficar em casa.

    Anteriormente, a Vara de Execução de Taubaté, que tem em mãos a decisão de conferir liberdade a Alexandre Nardoni, concederam liberdade antecipada a Jatobá, condenada pelo mesmo crime.

    Além de, em 2019, concederem prisão domiciliar ao ex-médico Roger Abdelmassih com base em um laudo médico falso que atestava que ele estava doente. Após a descoberta da fraude, ele acabou voltando para a prisão. Em 2010, o ex-médico foi condenado a 181 anos de prisão por estuprar pacientes entre os anos de 1995 e 200, durante consultas em sua clínica de fertilização, na capital paulista.