Morto em aeroporto apontou imóveis de luxo no litoral norte de SP ligados ao PCC
Organização criminosa comprou casas na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, para lavar dinheiro; empresário participou da negociação e indicou laranja como comprador
O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado no aeroporto de Guarulhos (SP) na última sexta-feira (8), deu informações sobre imóveis ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em um bairro de luxo planejado no litoral norte paulista.
A CNN teve acesso ao acordo de delação da vítima com promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), homologado em 2024.
No documento, Vinícius admite participação na lavagem de dinheiro em dois imóveis de luxo na Riviera de São Lourenço, em Bertioga-SP. Uma propriedade custou mais de R$ 5 milhões, enquanto outra totalizou R$ 2.200.000,00.
Atuante no mercado imobiliário, o empresário aponta que os imóveis foram negociados por Cláudio Marcos de Almeida, conhecido no mundo do crime como Django, morto em 2022.
Vinícius intermediou o negócio para colocar o imóvel no nome de um laranja, a fim de desvincular o imóvel do crime organizado. O pagamento foi feito com uma parcela de R$ 4 milhões à vista, e o restante em onze parcelas.
Localizado no mesmo bairro, o segundo imóvel seguiu o mesmo processo de transformar dinheiro do crime em um bem lícito. Os pagamentos foram realizados da seguinte maneira: R$ 1.350.000,00 no ato da compra, uma parcela de R$ 600.000,00 e cinco de R$ 50.000,00. Mais uma vez, Vinícius registrou a venda no nome de um laranja.
- 1 de 21
Aeroporto de Guarulhos tem tiroteio; empresário ligado ao PCC é morto • Reprodução
- 2 de 21
Aeroporto de Guarulhos tem tiroteio; empresário ligado ao PCC é morto • Reprodução
- 3 de 21
Imagens de câmera de segurança mostram o momento do tiroteio. • Reprodução
-
- 4 de 21
Imagens de câmera de segurança mostram o momento do tiroteio. • Reprodução
- 5 de 21
Imagens de câmera de segurança mostram o momento do tiroteio. • Reprodução
- 6 de 21
Aeroporto de Guarulhos tem tiroteio; empresário ligado ao PCC é morto • Reprodução
-
- 7 de 21
Aeroporto de Guarulhos tem tiroteio; empresário ligado ao PCC é morto • Reprodução
- 8 de 21
Aeroporto de Guarulhos tem tiroteio; empresário ligado ao PCC é morto • Reprodução
- 9 de 21
Imagens de câmera de segurança mostram o momento do tiroteio. • Reprodução
-
- 10 de 21
Celso Araújo com seus dois filhos. • Reprodução/Redes sociais
- 11 de 21
Celso Araujo Sampaio de Novais, morto no ataque no Aeroporto de Guarulhos.
- 12 de 21
Aeroporto de Guarulhos tem tiroteio; empresário ligado ao PCC é morto • Reprodução
-
- 13 de 21
Imagem mostra local onde atentado ocorreu, no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos • Reprodução/Google StreetView
- 14 de 21
Imagens de câmera de segurança mostram o momento do tiroteio. • Reprodução
- 15 de 21
Imagem mostra mapa da área de desembarque do Terminal 2, onde ocorreu o atentado na tarde desta sexta (8)
-
- 16 de 21
Imagem mostra mapa da área de embarque do Terminal 2, onde ocorreu o atentado na tarde desta sexta (8) • Reprodução
- 17 de 21
O empresário Vinicius Gritzbach, que estava jurado de morte pelo PCC, morreu após atentado no Aeroporto de Guarulhos, na tarde desta sexta (8) • Reprodução/Redes Sociais
- 18 de 21
Antônio Vinicius Gritzbach foi morto no Aeroporto de Guarulhos • Reprodução
-
- 19 de 21
Imagens de câmera de segurança mostram o momento do tiroteio. • Reprodução
- 20 de 21
Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos, olheiro do PCC • Reprodução
- 21 de 21
Kauê foi flagrado por câmeras de segurança do aeroporto de Guarulhos no dia da morte de delator do PCC • Reprodução
-
Ainda na delação, o empresário executado, que atuava no mercado imobiliário desde 2011, afirma que conheceu Django apenas em 2019, por ter auxiliado a filha do criminoso a alugar uma casa de temporada em Ilhabela, também no litoral paulista.
O colaborador, como Vinícius era chamado no processo da delação premiada, diz ter conhecimento de pelo menos dez imóveis que foram comercializados e que daria mais informações quando prestasse depoimento.
Outros imóveis comprados pela organização criminosa por meio de contratos com incorporadoras são citados, incluindo uma cobertura em São Paulo de R$ 15 milhões, no bairro da zona leste.
Delação
Por confessar o crime de lavagem de dinheiro e denunciar atos criminosos, Vinícius teria benefícios como redução da pena, para crimes de lavagem de capitais, regime aberto, desde que não fosse condenado por crimes graves, mas ele precisaria ressarcir R$ 15 milhões aos cofres públicos.
Também prometeu entregar policiais que seriam delatados integram o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e o 24º Distrito Policial da Capital.