Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Mortes violentas crescem 4% em 2020 e vitimam mais de 50 mil brasileiros

    Mais de 78% das ocorrências foram causadas por armas de fogo, diz Anuário Brasileiro de Segurança Pública

    Armamento apreendido pela polícia do Rio de Janeiro
    Armamento apreendido pela polícia do Rio de Janeiro Foto: Fabio Teixeira/Anadolu Agency/Getty Images

    Giovanna Galvani, da CNN, em São Paulo

    Mais de 50 mil brasileiros morreram em ocasiões intencionais e violentas em 2020, um crescimento de 4% em relação ao ano de 2019, informa a nova edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta quinta-feira (15).

    As 50.033 vítimas foram acometidas por homicídios (responsável por mais de 42 mil mortes), latrocínios, lesão corporal seguida de morte ou por uso da força policial – a morte de agentes de segurança também é computada neste recorte. O perfil majoritário das ocorrências foi de homens (91,3%), pessoas negras (76,2%) e jovens (54,3%).

    Do total, cerca de 78% das mortes foram causadas por armas de fogo, cujos registros totais dobraram nos últimos três anos.

    Com isso, a taxa de mortes violentas a cada 100 mil habitantes terminou em 23,6, sendo maior nos estados do Ceará (45,2 a cada 100 mil), Sergipe (42,6) e Amapá (41,7). As regiões com as menores taxas foram o Distrito Federal (14,2), Minas Gerais (12,6), Santa Catarina (11,2) e São Paulo (9). 

    As informações foram fornecidas ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública pelas secretarias de segurança pública estaduais, polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais.

    Em operações policiais, o número de vítimas foi de 6.416, uma alta de 0,4% em relação a 2019. Desses, quase a totalidade é formada de homens (98,4%), negros (78,9%) e jovens entre 12 e 29 anos, que componhem 76,2% das vítimas.

    Os policiais morreram mais em decorrência da Covid-19 do que da violência nas ruas – neste último recorte, foram 194 óbitos. Desses, 72% morreram no horário de folga.

    Além das mortes, o levantamento também compilou informações a respeito dos crimes patrimoniais, que caíram durante o primeiro ano de pandemia. O roubo a transeunte foi o que registrou maior queda, com redução de 36,2%, seguido pelo roubo a estabelecimento comercial (-27,1%) e roubo a veículo (-26,9%). 

    Número de armas dobra em três anos

    Durante 2020, o Fórum apontou que o número de novas armas de fogo ativas no Sistema Nacional de Armas (SINARM), controlado pela Polícia Federal, dobrou nos últimos três anos. Em 2020, 1.279.491 armas estavam ativas no sistema, sendo que 186.071 foram registradas no último ano – um aumento de 97,1% em 12 meses.

    As autorizações para a importação de armas longas e os registros de Caçador, Atirador e Colecionador (os CACs) também cresceram no período. No primeiro caso, houve salto de 108,4% em novas autorizações. Já para os CACs, o Exército registrou um aumento de 29,6%.