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    Mortes de Yanomami crescem quase 6%: governo alega subnotificação

    Pasta cita precarização da saúde indígena na gestão anterior; números estão sendo investigados "criteriosamente" pela Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), segundo ministério

    Cerca de 1.404 profissionais do Ministério da Saúde (MS) atuam em região Yanomami.
    Cerca de 1.404 profissionais do Ministério da Saúde (MS) atuam em região Yanomami. Reprodução: Igor Evangelista/ MS

    Guilherme Gamada CNN

    São Paulo

    Em 2023, o Ministério da Saúde registrou 363 mortes de indígenas em território Yanomami, crescimento de quase 6% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 343 óbitos. A pasta alega subnotificação em 2022 e nos anos anteriores relacionada a uma “precarização da estrutura dos serviços e sistemas de saúde indígena dos últimos anos”.

    Os números estão sendo investigados “criteriosamente” pela Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), segundo o ministério. A pasta também reconhece que há uma diferença entre a data do óbito e o momento da notificação no sistema e, pelas dificuldades de acesso no território, essa notificação oficial pode levar algum tempo.

    A pasta informa que, desde o ano passado, há uma busca ativa para identificar possíveis mortes e casos de doenças que não foram notificados oficialmente na última gestão. De acordo com o boletim divulgado nesta quinta-feira (22), a subnotificação aparece também na diferença entre os dados da SESAI e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Segundo o Censo de 2023, são 27.178 pessoas vivendo no território Yanomami – 4.000 a menos do que o registro oficial do sistema do Ministério da Saúde. Os dois órgãos trabalham em um inquérito de saúde indígena para identificar o que aconteceu com essa população que não aparece no Censo.

    A falta de segurança aos profissionais de saúde é apresentada para justificar a ausência de assistência em algumas comunidades.”Esse cenário pode levar ainda a um aumento de notificações relacionadas a 2023 e alterações nos dados dos anos anteriores”, afirma o boletim.

    Crescem doenças em terra Yanomami

    Cerca de 30 mil casos de malária foram registrados no território Yanomami em 2023, um aumento de 4.696 casos desde o último boletim, divulgado em janeiro deste ano. Também foram registradas 7.104 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) — mais 1.506 casos desde o último informe.

    26.747 casos de Síndrome Gripal foram contabilizados até 31 de dezembro de 2023, 6.223 a mais que no último boletim do Ministério da Saúde e 10.461 casos Doenças Diarreicas Agudas foram informadas.