Morte de peixes não tem relação com colapso da mina em Maceió, diz instituto
Análises constatam nível elevado de degradação da Laguna Mundaú e presença de poluentes explicam animais encontrados mortos
A morte de um grande número de peixes na Laguna Mundaú, em Alagoas, não teve relação com o colapso da mina 18, da mineradora Braskem, de acordo uma nota técnica divulgada pelo Instituto do Meio Ambiente do (IMA) do estado nesta terça-feira (30).
O resultado do estudo mostrou que as recentes mortandades de peixes estão ligadas ao nível elevado de degradação da laguna. As análises indicaram características classificadas como “preocupantes” relacionadas a altas temperaturas, lançamento de efluentes industriais e domésticos, drenagem urbana, presença de agroquímicos, resíduos químicos e ao acúmulo de matéria orgânica.
Os parâmetros analisados estão dentro dos índices históricos encontrados, mas merecem atenção e acompanhamento contínuo, de acordo com a nota técnica..
A investigação buscava verificar se o rompimento da mina no dia 10 de dezembro de 2023 estava relacionado com os animais encontrados mortos dia 31 do mesmo mês e começo no dia 10 de janeiro deste ano.
O IMA ampliou o monitoramento e fez 124 ensaios analíticos entre os dias 11 de dezembro de 2023 e 12 de janeiro de 2024. Os dados foram apresentados aos pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e comparados com dados históricos do instituto e da literatura científica.
O documento afirma que, como medida de mitigação dos impactos, o IMA promove ações de educação ambiental e atuando com rigor na fiscalização e monitoramento, bem como atua com mais criticidade no licenciamento de empreendimentos que possam causar significativo impacto ambiental no ecossistema lagunar.
“Caso ocorra situação a qual os dados apontem para alterações relacionadas à mineração, o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas não hesitará em adotar medidas cabíveis e divulgar essas informações à sociedade, reafirmando seu compromisso com a transparência e a busca pela preservação ambiental”, afirma.
*(Com supervisão de André Rigue)