Morte de Marília Mendonça completa 3 anos; relembre acidente aéreo
Fenômeno do sertanejo morreu aos 26 anos, em novembro de 2021, após avião em que estava cair em Minas Gerais
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O avião em que estava Marília Mendonça caiu em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, no oeste de Minas Gerais • Divulgação/Polícia Militar de Minas Gerais
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No avião estavam Marília Mendonça e mais quatro pessoas: o piloto, o copiloto, um produtor e um assessor • Divulgação/Polícia Militar de Minas Gerais
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O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais recebeu o chamado por volta de 15h30, para a aeronave, que caiu em um curso d’água, próximo de um acesso da BR-474 • Reprodução/Facebook
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Corpo de Bombeiros trabalha no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Polícia Civil de Minas Gerais trabalha no local do acidente • Reprodução/Polícia Civil de Minas Gerais
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Corpo de Bombeiros trabalha no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Corpo de Bombeiros permanece trabalhando durante a noite no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Corpo de Bombeiros permanece trabalhando durante a noite no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Avião depois do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Na tarde do dia 5 de novembro de 2021, um avião bimotor ocupado pela cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas caiu em um curso d’água próximo à rodovia BR-474, na cidade de Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, oeste de Minas Gerais.
A cantora, o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor dela Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o co-piloto Tarciso Pessoa Viana estavam na aeronave. Todos morreram.
Aos 26 anos, Marília já era o principal nome do sertanejo brasileiro, e a notícia de sua morte abalou o país. Em um primeiro momento, a assessoria da artista chegou a dizer que o avião havia caído, mas que Marília estava bem. Posteriormente, porém, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que ninguém havia sobrevivido ao acidente.
Marília e sua equipe tinham como destino a cidade de Caratinga, também em Minas Gerais, onde a artista teria uma apresentação na noite daquele dia. O local onde o bimotor caiu, na cidade vizinha de Piedade de Caratinga, ficava a cerca de três quilômetros do aeroporto onde a aeronave deveria pousar.
Marília deixou o filho Léo, que tinha 1 ano na época.
Relembre o acidente
Segundo informações dos Bombeiros, um chamado foi recebido por volta das 15h30 do dia 5 de novembro de 2021 para atender uma ocorrência de queda de aeronave em curso d’água, próximo a um acesso da BR-474.
O avião, um bimotor Beech Aircraft, da empresa PEC Táxi Aéreo, decolou às 13h05 do aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia.
Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a aeronave bateu em um cabo de uma torre de distribuição de energia da companhia em Caratinga antes de cair. O Corpo de Bombeiros fez o resgate dos corpos e informou que todos os ocupantes morreram ainda no local.
Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o bimotor operava desde o início de 2021 realizando voos com o problemas no para-brisa e com registro de situações em que o vidro ficava embaçado, com prejuízo visual em pousos e decolagens.
Polícia responsabilizou tripulação por queda
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre o acidente em novembro do ano passado, dois anos após a queda do avião. Segundo as investigações, o piloto e o copiloto foram os responsáveis pela queda da aeronave.
Os delegados responsáveis pelo caso afirmaram que após eliminar três linhas de investigação – falha mecânica, mal súbito e atentado – passaram a analisar a manobra realizada pela tripulação no momento do pouso no Aeroporto de Caratinga.
A possibilidade de uma falha mecânica foi descartada após a entrega do relatório elaborado pelo Centro de Investigação e Prevenção a Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em maio deste ano. O documento apontou para inexistência de falha mecânica, mas possível “avaliação inadequada” por parte do piloto.
O laudo entregue pelo Instituto Médico Legal (IML) descartou a hipótese do piloto ter sofrido um mal súbito ou estar sob efeito de drogas, ou álcool.
A hipótese de um possível atentado também foi descartada pela investigação.
Segundo a Polícia Civil, as torres de transmissão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), concessionária de energia elétrica do estado, com as quais a aeronave colidiu e caiu, estavam fora da área de segurança do aeroporto e, portanto, não havia a obrigatoriedade de estarem sinalizadas.
No entanto, a existência delas foi apontada em dois documentos: a Carta Aeronáutica Mundial e a Carta Aeronáutica de Pilotagem, as quais, piloto e copiloto tiveram acesso e deveriam ter analisado os obstáculos nas proximidades do aeroporto.
Para os delegados, a tripulação não respeitou o procedimento operacional da aeronave e, no momento do pouso, houve um alongamento da chamada “perna do vento” – manobra feita em paralelo à pista de pouso, muitas vezes utilizada para dar mais conforto aos passageiros no momento do pouso.
Com uma velocidade acima da considerada ideal, eles acabaram saindo da área de segurança do aeroporto e colidindo com as torres de transmissão, o que ocasionou a queda da aeronave.
Para a investigação era possível que a tripulação tivesse conhecimento das torres de transmissão por meio das cartas aeronáuticas, por isso, foi concluído que ambos, piloto e copiloto, foram negligentes e imprudentes, resultando em três homicídios culposos.
Como os agentes da ação (piloto e copiloto) também morreram na queda, há a chamada “extinção de punibilidade”. Neste caso, a polícia sugeriu ao Poder Judiciário o arquivamento do caso.
O Ministério Público de Minas Gerais também havia sinalizado a possibilidade de crime ambiental, já que houve vazamento de combustível na cachoeira onde a aeronave caiu.
Segundo as investigações, o crime ambiental foi descartado após os laudos apresentados mostrarem ausência de poluição no curso do rio, mortandade de peixes, devastação de vegetação ou risco de vida.
O advogado Sergio Roberto Alonso, que representa a família do piloto Geraldo Martins de Medeiros, alegou que “as conclusões da polícia de Caratinga não têm fundamento nas provas do inquérito e é até injuriosa com a imagem do piloto e copiloto”.
“Este acidente ocorreu porque a Cemig instalou a rede de alta tensão próximo do aeródromo de Caratinga, na altitude do tráfego padrão, que é de 1000 pés, cujo aeródromo não tinha Carta Visual de Aproximação”, acrescentou.
A Cemig não comentou as alegações do advogado.
Compositora desde os 12 anos
Marília Mendonça começou a se destacar como compositora jovem, aos 12 anos. Colecionava alguns dos maiores hits do Brasil, como “Infiel”, “Supera”, “Ciumeira” e “De quem é a Culpa”.
O sucesso no sertanejo trouxe para Marília a fama de “rainha da sofrência”. Ela foi uma das precursoras do movimento “feminejo”, marcado pela ascensão das mulheres cantando o gênero que, até o início dos anos 2000, era predominantemente masculino.
Apesar da pouca idade, Marília começou a colecionar grandes sucessos como compositora ainda na adolescência. As letras dela começaram a ganhar fama sendo interpretadas por grandes nomes do gênero. “É Com Ela Que Eu Estou” – na voz de Cristiano Araújo, “Até você voltar” e “Cuida Bem Dela” – sucesso da dupla Henrique & Juliano são alguns dos sucessos escritos por Marília.