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    Moradores de SC relatam ‘ciclone bomba’: ‘Aconteceu rápido e com muita força’

    A CNN ouviu três moradores de Santa Catarina sobre o ciclone extratropical que atingiu a região Sul do país

    Da CNN, em São Paulo

    A CNN ouviu nesta quarta-feira (1º) moradores de Santa Catarina que vivenciaram o ciclone extratropical, o “ciclone bomba”, que deixou pelo menos dez mortos no sul do país – fenômeno que atingiu o estado catarinense e municípios do Rio Grande do Sul e do Paraná.

    Marco Talgate, gerente de vendas, descreveu o acontecimento como “assustador”. Morador do bairro de Jurerê, em Florianópolis, Talgate contou que já sabia que havia previsão do ciclone, mas disse que “chegou muito rápido” e “surpreendeu com tamanha velocidade e força”.

    “O que mais impressionou foi a rapidez, a mudança do tempo foi algo muito assustador. O céu ficou bem preto e, de repente, começaram os ventos e uma chuva leve no primeiro momento. A tempestade não demorou muito, mas teve um poder muito grande. Vi voar várias fachadas de prédios”, contou.

    Talgate também contou que a casa de seus pais, que também moram em Jurerê, foi destelhada, e o carro de um primo teve perda total porque uma árvore caiu em cima. “Foi algo surpreendente, não tínhamos visto aqui na ilha. Não tenho relatos de feridos no bairro, mas os prejuízos materiais foram bem grandes”, falou.

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    Rafael Weiss, jornalista e síndico de um prédio em Balneário Camboriú, também relatou que aconteceu “tudo muito rápido”.

    “Nós chegamos a receber um aviso de ventos fortes, mas como foi tudo mais depressa do que o imaginado, não conseguimos recolher as coisas. Por isso vimos cenas como aquela dos trabalhadores pendurados no andaime”, disse.

    Weiss contou que houve prejuízos materiais no condimínio, como as telhas que voaram. “Em 23 anos morando em Balneário Camboriú, nunca vi ventos tão fortes como esse. O pós-ciclone foi complicado, pois ficamos sem energia até as 21h30. Tivemos que montar uma força-tarefa para manter a segurança do prédio, e diversas pessoas de idade não conseguiram voltar para as suas casas [que ficaram] sem energia por conta da altura do prédio”, falou. “Por sorte, não tivemos problema com a vida das pessoas, mas hoje a ventania continua forte, não como ontem, mas o vento persiste”.

    Mais cedo nesta quarta-feira (1º), o empresário Otávio Bittencourt, morador de Santa Catarina, contou à CNN como quase foi arrastado para o mar durante o “ciclone bomba”. Praticante de kitesurf, Bittencourt relatou que estava no mar na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, e já afastado da praia quando viu a tempestade começando a se formar. 

    “Estavámos já bastante afastados da areia e começamos a ver a tempestade se formando. Quando estávamos chegando mais próximo da praia, começaram as rajadas de vento muito fortes que começaram a nos levar para dentro do mar, então foi tudo uma questão de minutos para tomar essa decisão e ejetar o equipamento”, contou ele.

    Por conta da intensidade súbita do fenômeno, Otávio afirmou que não teve tempo de se abrigar com segurança. “Não deu tempo de correr. Ficamos na praia durante a tempestade toda e em cima do nosso equipamento para não voar”, acrescentou.

    O empresário estimou que foram cerca de 15 minutos dos primeiros sinais da tempestade até ela se tornar violenta ao ponto de começar a puxar ele e o amigo de volta para a água enquanto tentavam voltar à margem.

    “Foi coisa de um minuto para o outro que a tempestade começou a nos arrastar. Já pratico o esporte tem mais de cinco anos e nunca tinha passado por nada similar. Foi realmente um vento muito forte e uma situação assustadora e muito perto de ter acontecido algo pior”, refletiu.

    (Edição: Bernardo Barbosa)

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