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    Monique dava a Henry remédios para ansiedade, revela funcionária em depoimento

    Em nova oitiva, a funcionária diz que menino chorava com frequência e costumava vomitar

    Isabelle Saleme, Pauline de Almeida, Stéfano Salles e Thayana Araujo, da CNN, no Rio de Janeiro

    Em um novo depoimento de seis horas de duração, prestado nesta quarta-feira (14), na 16ª DP, na Barra da Tijuca, no âmbito da investigação que apura a morte de Henry Borel de Medeiros, a funcionária do lar de Monique Medeiros disse que o menino de 4 anos “chorava o tempo todo e vomitava de vez em quando”, mas que não sabia explicar a razão disto.

    Ela afirmou ainda que a mãe dava à criança remédios para a ansiedade. As informações estão no Termo de Declaração, documento que faz parte do depoimento e foi obtido pela CNN. 

    A funcionária de 57 anos contou que, em um desses momentos de choro intenso de Henry, ouviu Monique dizer que o filho “era muito mimado”. A professora teria dito ainda para o menino, de acordo com a funcionária, que “se ele continuasse chorando à toa, ela o ‘levaria para morar com o pai dele’, tendo Henry dito que não queria morar com o pai”, segundo outro trecho do documento de três páginas.  

    A funcionária afirmou ainda que Monique dava ao filho remédio para ansiedade, sem especificar qual, três vezes por dia, além de xarope de maracujá.

    De acordo com a funcionária, isso acontecia porque o menino não dormia direito e passava muito tempo acordado. Ela disse ainda que Monique e Jairinho tomavam muitos remédios, mas que não sabia a razão disto. A Polícia Civil encontrou diversos medicamentos na residência do casal. Entre eles, ansiolíticos tarja preta, de venda e uso controlados. 

    O Termo de Declaração revela também que a funcionário afirmou ter entrado em contato com a patroa no domingo de Carnaval, para saber quando voltaria ao apartamento para trabalhar, depois que Henry viajara com o casal.

    Na resposta, a professora disse que quase voltou na véspera, “porque ‘Henry teve um surto com Jairinho’, e que ‘foi a maior discussão’, mas ela conseguiu acalmá-lo, portanto ficaria até a segunda-feira”, cita outro trecho. 

    Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros
    O menino Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros; polícia investiga ela e padrasto, o deputado Dr. Jairinho, pela morte da criança
    Foto: Reprodução/CNN Brasil

    A funcionária confirmou à polícia que estava no apartamento no momento em que a babá de Henry relatou à Monique as supostas agressões sofridas pelo menino, por Jairinho, no quarto do casal, em trocas de mensagens por WhatsApp.

    Destacou ainda que o menino “estava com ‘cara de apavorado’ quando chegou no colo da babá”. Ela confirmou ainda ter percebido que, após sair do quarto, Henry mancava. E que ele teria dito à babá que caíra da cama e que o joelho estava doendo. 

    Henry Borel, de 4 anos, morreu em 8 de março
    Henry Borel, de 4 anos, morreu em 8 de março; padrasto e mãe falam em acidente, mas polícia investiga agressão
    Foto: Reprodução/Instagram

    Depoimento de 23 de março

    A versão é diferente da apresentada no depoimento de 23 de março, quando a funcionária do lar disse que a família vivia em harmonia, negou ter presenciado qualquer discussão no apartamento e não mencionou qualquer situação que lhe parecesse suspeita.

    Questionada pelas autoridades sobre motivo de só agora apresentar as novas informações, respondeu que não se lembrava dos episódios quando prestou o primeiro depoimento. 

    O laudo da perícia aponta que Henry sofreu 23 lesões corporais, algumas delas provocadas depois da morte. Até o momento, o casal mantém a versão de acidente doméstico provocado por queda da cama, tese rejeitada pela perícia, segundo a qual, uma queda livre não seria capaz de provocar tantas lesões, e com impactos tão distintos.

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