Ministro espera que período de chuvas ajude a conter incêndios no Pantanal
'Estamos esperando entre o dia 21 e o dia 25 deste mês comece o período de chuvas naquela região, que certamente vai nos ajudar', diz Rogério Marinho
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou nesta quarta-feira (16) à CNN trabalhar com a previsão de que na próxima semana, entre os dias 21 e 25, se inicie o período de chuvas no Pantanal, o que ajudaria a conter os incêndios que castigam a região.
“Estamos imaginando, estamos esperando aliás, que entre o dia 21 e o dia 25 deste mês comece o período de chuvas naquela região, o que certamente vai nos ajudar”, disse Marinho, em entrevista ao âncora William Waack.
O ministro argumentou que os incêndios estão agravados por uma situação climática atípica. “Nos últimos 50 anos, este é o tempo em que estamos tendo as mais altas temperaturas e a mais baixa umidade”, afirma.
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Ele afirma ainda que o governo federal se colocou à disposição dos governos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul e que está buscando articular os serviços de ambos os estados na região.
Segundo Marinho, esse trabalho está sendo feito pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, enviado por ele à região do Pantanal.
Senado instala comissão
O Senado Federal instalou, na tarde desta quarta-feira (16), uma comissão temporária externa que irá acompanhar as ações de enfrentamento aos incêndios no Pantanal.
O colegiado funcionará durante 90 dias e os membros pretendem visitar os locais onde acontecem as maiores queimadas. Ao fim dos trabalhos, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), eleito o relator da comissão, apresentará um documento sobre o tema.
Participam ainda do colegiado as senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (PSL), ambas do Mato Grosso do Sul. O senador Wellington Fagundes (PL), do Mato Grosso, que sugeriu a criação da comissão, foi eleito nesta quarta, por aclamação, presidente dos trabalhos.
Trad, que deixou a comissão mais cedo para participar da posse do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou ainda que há expectativa de que uma outra comissão sobre o tema seja instalada na Câmara dos Deputados. Segundo o senador, a ideia é que os parlamentares possam acompanhar os desdobramentos e providências que estão sendo tomadas pelo Executivo, além de debater ideias para cuidar do meio ambiente brasileiro.
Já Simone Tebet afirmou que a expectativa é também prevenir novos incêndios. “Vamos buscar alternativas, não só para agora, mas também para o futuro. Mais do que acabar com os incêndios, muitas vezes criminosos, nós precisamos já criar mecanismos e estrutura para que isso não se repita no ano que vem”, explicou a senadora.
Segundo o presidente do colegiado, o trabalho da comissão também será avaliar a dotação orçamentária a ser usada no combate às queimadas. Para Fagundes, é preciso buscar soluções com a ajuda de especialistas que devem ser ouvidos em audiências públicas a serem realizadas pela comissão.
Fazendas são investigadas
Enquanto voluntários e alguns órgãos tentam conter as chamas, a Polícia Federal trabalha para rastrear as origens do fogo. Segundo o Delegado Daniel Rocha, responsável pelas investigações sobre as queimadas no região, a PF trabalha com quatro fazendeiros suspeitos de ter iniciado as queimadas.
“Nossa investigação analisa focos de incêndios entre junho e julho, e concluímos que eles foram causados por ação humana. As investigações e as perícias apontaram para 4 fazendas que podem ter iniciado o fogo. As fazendas e seus proprietários estão sendo investigados,” disse Rocha em entrevista à CNN nesta quarta-feira (16).
“Por meio de análise de imagens de satélite, identificamos que alguns focos se iniciaram no interior de propriedades rurais, um indício de que os fogos foram ateados para a criação de pastagem.”
O delegado explica que, caso seja comprovada a queimada criminosa, os responsáveis terão que responder por uma série de crimes que extrapolam os de incêndio e poluição.
“Os criminosos poderão ser enquadrados no crime de incêndio, poluição, dano direto e indireto a unidade de conservação, pois está perto do Parque Nacional do Pantanal e também por crime contra uma área de preservação permanente, porque atingiu a mata ciliar do Rio Paraguai.”
(Com informações de Larissa Rodrigues)