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    Ministério Público denuncia líder religioso por abusos sexuais na Bahia

    Jair Tércio Cunha Costa teve prisão preventiva decretada, mas não foi localizado

    Bruno Oliveira e Jhonatã Gabriel, da CNN, em São Paulo e Salvador

    Uma operação do Ministério Público da Bahia apreendeu nesta quinta-feira (17) livros, anotações e fotografias em endereços do líder religioso Jair Tércio Cunha Costa, acusado de cometer abusos sexuais e psicológicos contra mulheres em Salvador.

    Um dos criadores da Fundação OCIDEMNTE (Organização Científica de Estudos Materiais, Naturais e Espirituais), ele teve prisão preventiva decretada, mas não foi localizado. Costa agora é considerado foragido. Ele, porém, foi acusado formalmente pelos crimes de violação sexual mediante fraude, lesão corporal com ofensa e integridade mental das vítimas e estupro de vulnerável, por relação sexual com menor de 14 anos.

    Na operação, intitulada Fariseu, policiais e promotores foram a dois endereços informados por Costa no dia 31 de agosto, quando prestou depoimento no MP: sua casa e a sede da Fundação OCIDEMNTE.

    Apesar de não ter sido encontrado, os promotores disseram que o material apreendido durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão deve contribuir para a formalização de outras denúncias.

    A ação contou com a participação dos Grupos de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), de Defesa da Mulher e da População LGBT (Gedem), do MP e da Secretaria de Segurança Pública, e da Polícia Civil, por meio do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) e da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).

    Crimes

    A investigação apontou que o líder religioso se autoproclamava um ser iluminado e se inseria em ambientes sociais, onde fazia um trabalho preliminar, rotulado como “despertar do ser humano”. A partir disso, ele se aproveitava da relação de confiança com a vítima para cometer os atos de violência sexual, moral e psicológica.

    Até agora, 21 mulheres procuraram o Ministério Público, mas a denúncia apresentada hoje se refere a apenas 4 vítimas. As promotoras acreditam que novas denúncias devam surgir.

    De acordo com a promotora Sara Gama, coordenadora do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher (Gedem), as provas que chegaram ao MP foram ratificadas, o que significa que todas as vítimas foram ouvidas considerando o aspecto criminal.

    Já a promotora Márcia Teixeira destacou que a maioria das vítimas temem sofrer ameaças do acusado e dos seguidores dele.

    Em nota divulgada em 2 de agosto, o advogado de Costa, Fabiano Pimentel, afirmou que “os fatos narrados não condizem com a conduta de seu cliente e o mesmo afirma jamais ter agido com violência em seus relacionamentos afetivos”.

    “Apesar da sua trajetória no campo dos estudos da espiritualidade, nunca se intitulou como ser humano especial, tampouco tirou nenhum tipo de vantagem ou proveito desta posição. Os fatos serão esclarecidos durante o curso do processo”, diz, em nota. “A defesa reitera que o sr. Jair Tércio está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos e que os fatos serão esclarecidos durante o curso do processo”, conclui.

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