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    Ministério da Saúde confirma duas mortes por oropouche

    Até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença, diz ministério

    Isabel Megada CNN

    O Ministério da Saúde confirmou o registro de duas mortes por febre oropouche no Brasil. A pasta afirmou em nota que, até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença.

    Os casos registrados são de mulheres com menos de 30 anos e que não tinham comorbidades. Segundo a pasta, elas apresentaram sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave.

    Outra morte em Santa Catarina segue em investigação e também pode estar relacionada à doença. No Maranhão, foi descartado um quarto óbito.

    Também são apurados seis casos de transmissão vertical, quando a grávida passa a infecção para o bebê. Dois ocorreram em Pernambuco, onde as crianças morreram; um na Bahia e dois no Acre.

    Houve ainda registro de aborto espontâneo e em três casos houve a apresentação de anomalias congênitas, como a microcefalia.

    As análises são sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre a febre do oropouche e casos de malformação ou abortamento.

    Entre as recomendações do governo federal, estão a de intensificar a vigilância na gestação e o acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram suspeita clínica.

    A pasta comandada pela ministra Nísia Trindade afirma que também mantém o monitoramento de casos e possíveis óbitos por oropouche por meio da Sala Nacional de Arboviroses, com diálogo constante com as secretarias estaduais e municipais de saúde.

    O governo reforça ainda que acompanha a situação nos estados por meio de visitas técnicas, investigação in loco, busca ativa e pesquisa vetorial em apoio a resposta local dos estados e municípios.

    Desde o ano passado, o Ministério da Saúde disponibiliza testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).

    Isso ajuda a explicar porque casos até então concentrados na região Norte, passaram a ser identificados também em outras regiões do país.

    Em 2024, foram registrados 7.236 casos de febre do oropouche, em 20 estados brasileiros. A maioria dos casos foi registrada no Amazonas e Rondônia.

    O que é a doença

    A febre do oropouche é causada pelo vírus orthobunyavirus oropoucheense.

    A principal forma de transmissão é pelo mosquito-pólvora, mas há outros tipos de mosquitos que também podem transmitir o microorganismo.

    Macacos e bichos-preguiça são os principais hospedeiros. O vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias após picar uma pessoa ou animal infectado. Se esse mosquito pica outra pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus para ela.

    Os principais sintomas são dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. São características similares às manifestadas em que está infectado por dengue ou chikungunya.

    O diagnóstico se dá por exames laboratoriais e todo resultado positivo precisa ser notificados às autoridades.

    Segundo o Ministério da Saúde, o microorganismo foi detectado pela primeira vez no Brasil em 1960, durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Ele foi identificado em uma amostra de um bicho-preguiça e, desde então, houve registros de casos isolados e surtos mais localizados em estados da região amazônica.

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