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    Ministério da Defesa estuda ampliar compra de caças suecos para a FAB, diz Múcio

    O Brasil já acertou a compra de 36 caças Gripen durante a gestão de Dilma Rousseff; governo Lula estuda compra de mais unidades para modernizar a defesa do espaço aéreo do país

    Rodrigo Viga Gaierda Reuters , Rio de Janeiro

    O ministro da Defesa, José Múcio, disse à Reuters nesta terça-feira (11) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda ampliar a encomenda de caças Gripen, da fabricante sueca Saab, e iniciou conversas com o embaixador da Suécia no Brasil sobre a potencial aquisição, embora ainda não exista uma definição sobre quantas aeronaves adicionais poderiam ser adquiridas.

    “A Força Aérea Brasileira [FAB] disse que tem mais necessidade [de caças Gripen]. Estamos vendo e estudando isso”, disse Múcio à Reuters durante a feira da indústria de defesa Laad, realizada no Rio de Janeiro.

    “Ainda esta semana, falamos com o embaixador da Suécia sobre isso e é uma conversa que está no início, embrionária”, acrescentou.

    Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o Brasil acertou a compra de 36 caças suecos Gripen para a FAB com o objetivo de ter aeronaves mais modernas na defesa do espaço aéreo do país. O acordo prevê a transferência de tecnologia e a futura fabricação das aeronaves de combate no Brasil.

    As primeiras aeronaves já foram entregues ao Brasil e a previsão é de conclusão das entregas desse lote de 36 caças em 2027.

    O ministro disse que o governo Lula enxerga na indústria de defesa uma ferramenta para fomentar investimentos, emprego e renda e que a intenção é ampliar a participação dos investimentos neste setor no Produto Interno Bruto (PIB).

    “A gente precisa investir nisso. Investimos cerca de 1,3% do PIB e precisamos investir mais. Quando a gente fala nisso, me seduz muito o estímulo à geração de emprego no país, é uma resposta muito rápida”, disse ele à Reuters.

    Mais tarde, falando a jornalistas, Múcio disse que trabalha atualmente em uma proposta para elevar o investimento em defesa para 2% do PIB.

    “O presidente pediu para a gente apresentar uma proposta nova para ver onde nós poderíamos aumentar investimentos. A Colômbia tem 3,6% do PIB, Portugal tem quase 2%”, afirmou.

    “O Brasil não vai se armar, mas vamos apresentar uma proposta para aumentar o investimento em defesa de forma gradativa. Minha proposta será de até 2% do PIB. Estamos procurando gerar muito emprego. É uma indústria que paga muito imposto e para o país é algo muito importante”, disse Múcio.

    Ao mesmo tempo, ele reconheceu a dificuldade em debater o tema no momento atual do país.

    “É muito difícil você discutir isso quando fome e desemprego ainda são os maiores adversários e ainda não tem uma arma que combata eles.”

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