Mesa da Câmara marca reunião para analisar representação contra Flordelis
Deputados analisarão parecer que sugere cassação de parlamentar acusada de ser mandante do assassinato do marido
A Secretaria Geral da Mesa da Câmara convocou para terça-feira (27) a reunião para analisar o parecer que sugere a cassação do mandato da deputada Flordelis (sem partido-RJ), acusada de mandar assassinar o marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói.
Com isso, o processo contra a parlamentar pode ser concluído ainda neste ano ou no início de 2021, caso o recesso do Congresso seja suspenso.
Leia também:
Flordelis: entenda o caso da deputada acusada de mandar matar o marido
Suplente de Flordelis é alvo de operação no Rio
“A reunião será para discutir especificamente o caso Flordelis e outros casos encaminhados à Mesa pela Corregedoria [da Câmara]. Estou otimista para que a Câmara dê essa resposta ainda este ano”, declarou o corregedor da Casa, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA).
No encontro, que acontecerá na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, os integrantes da Mesa devem decidir se aprovam ou não o parecer de Bengtson, que apontou “inúmeros indícios de crime” por parte da colega parlamentar.
Segundo o corregedor, a deputada “não conseguiu trazer a negativa desses indícios”. Apesar de em depoimento Flordelis ter sido “contundente” ao negar todos os fatos, relatou Bengtson, ela “não trouxe nenhuma prova do contrário”.
Em sua defesa escrita enviada à Corregedoria da Câmara, Flordelis alegou que não “faria sentido” mandar matar o marido no “auge de sua vida pessoal e familiar”, pois era dependente “espiritual e materialmente” do companheiro. A deputada reclama que a polícia não se dedicou a investigar a quem interessaria a morte de Anderson e focou apenas em sustentar que ela teria mandado matar o marido.
Reuniões remotas
Se aprovada pela Mesa, a representação contra Flordelis seguirá para o Conselho de Ética. No entanto, para que o colegiado analise o caso, o plenário precisa aprovar um projeto de resolução que autoriza o conselho a realizar reuniões virtuais, já que os encontros presenciais estão suspensos desde março devido à pandemia de Covid-19.
“A Mesa deve fazer o acordo de votação do PRC para que o Conselho de Ética funcione de forma remota. Com isso, tenho plena convicção que esse caso e os outros serão apreciados ainda neste ano”, afirmou o corregedor.
Atualmente, partidos de oposição têm obstruído as sessões de plenário para pressionar Maia a votar a medida provisória que prorroga o auxílio emergencial a trabalhadores informais até o final do ano. O Centrão também está em obstrução por causa da falta de acordo para eleição do presidente da Comissão Mista do Orçamento.
O Conselho de Ética terá até 90 dias para analisar o processo de pedido de cassação quando retomar os trabalhos. Mas Bengtson acredita que o trâmite não deve demorar tanto tempo e, se for necessário, poderá ser concluído em janeiro, se o recesso parlamentar for suspenso.