Mercados refletem tensões da guerra na Ucrânia; ata do BC é destaque no Brasil
Investidores monitoram discussões sobre sanções de países europeus à energia russa
Os mercados operam de olho na guerra na Ucrânia nesta terça-feira (22). No Brasil, ata do Banco Central (BC) sobre decisão de juros é destaque.
Começando pelo exterior, os futuros americanos subiam nesta manhã com previsões de mais estímulos na China, e Volodymyr Zelensky dizendo que a Ucrânia está preparada para discutir um compromisso de não adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Apesar da intensificação dos bombardeios, a fala do presidente ucraniano é vista como construtiva pelo mercado.
Investidores também monitoram discussões sobre sanções de países europeus à energia russa. O cerco em Mariupol aumenta a pressão por ação, mas o embargo ao petróleo russo divide os 27 países da União Europeia, já que dependem da Rússia para 40% de seu gás.
Com a possibilidade de embargo, o barril do tipo brent subiu mais de 7% ontem e segue subindo, cotado a US$ 116.
O presidente do banco central americano sinalizou ontem que a sua prioridade vai ser combater a inflação, e com mercado de trabalho aquecido, pode ser mais agressivo com juros se for preciso.
O tom mais duro, junto com alta do petróleo, levou os índices americanos a cair. O mercado também olha de perto a guerra na Ucrânia.
Na Europa, as bolsas sobem pela manhã com discurso mais construtivo de Zelensky. Na Ásia, as bolsas fecharam em alta com novos estímulos na China. Destaque para o setor de tecnologia em Hong Kong, com a Alibaba subindo 11,2%, após ampliar programa de recompra de ações.
Brasil
No Brasil, commodities em alta fizeram o Ibovepa descolar do exterior mais uma vez e fechar no maior patamar desde setembro do ano passado. Como o Brasil é visto como uma grande bolsa de commodities, a alta do petróleo ajudou a atrair fluxo estrangeiro.
Com mais dólares entrando, a moeda americana fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde junho do ano passado. A Petrobras subiu quase 4% e a Vale, mais de 3%. Juntas elas têm peso de 28% no índice. Hoje, com redução da aversão ao risco, as commodities podem ceder e bolsa pode ter correção.
O Banco Central divulgou nesta manhã a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que segue destacando que a guerra na Ucrânia gera incertezas, mas reforça que prevê alta de 1 ponto nos juros na próxima reunião, e com isso deve trazer a inflação para as metas em 2022 e principalmente 2023.
Segundo a RB investimentos, o tom do BC foi mais suave, e sinalizou que o ciclo de alta deve terminar em 12,75%.
Índices
O Ibovespa futuro subia 0,28% pela manhã, aos 117.370 pontos. O dólar tinha queda de 0,46%, cotado a R$ 4,92. Já o S&P futuro sobia 0,19%.
Agenda do Dia
Além da ata do Copom, Roberto Campos Neto participa de evento às 9h30. O Ministério da Economia divulga relatório de receitas e despesas às 14h30, com coletiva do secretário do Tesouro logo depois. Balanços seguem com destaque para Copel, Even, PetroReconcavo.
No exterior, tem o discurso da presidente do banco central europeu, Christine Lagarde. Nos EUA, destaque para o discurso dos membros do Fed – o banco central americano – regionais; e dados de estoques de petróleo da API às 17h30.