Medidas da fase emergencial precisam de tempo para surtir efeito, diz Gabbardo
Coordenador-executivo do Centro de Contingência disse ver efeitos das restrições adicionais, mas ser preciso aguardar evolução dos efeitos da Covid-19
As medidas adicionais de restrição em vigor no estado de São Paulo desde segunda-feira (15), como parte da fase emergencial do Plano SP, precisam de tempo para surtir efeito, afirmou o coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19, João Gabbardo.
“O Centro de Contingência fez uma série de recomendações ao governo, todas atendidas tanto na classificação da fase vermelha quanto nas medidas adicionais do que chamamos de fase emergencial”, destacou ele, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.
“Precisamos aguardar o resultado dessas medidas que, no nosso entendimento, já estão tendo efeito. Mas o aumento do distanciamento só vai se refletir na diminuição de casos, internações e óbitos após um determinado tempo”, completou.
Mais cedo, nesta quarta-feira, o governador João Doria (PSDB), sugeriu que novas medidas restritivas poderiam ser aplicadas em todo o território paulista.
‘Anunciaremos medidas adicionais que certamente serão adotadas. Nós estamos diante de um quadro gravíssimo e dramático, não apenas em São Paulo, mas em todo o Brasil’, disse Doria, durante visita ao Instituto Butantan.
Já no Palácio dos Bandeirantes, o governador afirmou que as medidas devem ser adotadas caso sejam sugeridas pelo Centro de Contingência.
“Tudo que o Centro nos recomendar, adotaremos. Se nos recomendar medidas mais duras nos próximos dias, adotaremos. Aqui não há posição contrária, do governo, da economia, da política, da assembleia, de nenhum setor. Há a posição da saúde. O que ela recomendar, adotaremos”, afirmou.
Paulo Meneses, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, também afirmou ser natural a expectativa de melhora nos números da pandemia, mas que isso ainda não aconteceu por causa do histórico natural da doença.
“Já foram tomadas medidas muito firmes e que impactam na vida da grande maioria da população de São Paulo, no ganha-pão de cada um. Precisamos de algum tempo para observar o impacto dessas medidas”, afirmou.
“Mas estamos acompanhando e, ao mesmo tempo, discutindo a necessidade de outras medidas – e quais seriam. Se for necessário, vamos discutir com o governador e ele, com certeza, vai discutir pela implementação dessas medidas.”