Médico Renato Kalil é investigado por violência obstétrica após denúncia
Caso teria ocorrido durante o parto da filha de Shantal Verdelho; Kalil diz que parto ocorreu "sem nenhuma reclamação ou incidente" e que vídeo está fora de contexto
O médico ginecologista e obstetra Renato Kalil está sendo investigado de cometer violência obstétrica contra a influenciadora e empresária Shantal Verdelho, após ser denunciado nesta terça-feira (14), em São Paulo.
Segundo a assessoria de Verdelho, o caso teria ocorrido em 13 de setembro deste ano, no Hospital São Luiz, durante o parto normal dela, realizado por Kalil, que é especialista no tipo de operação.
Um vídeo em que Kalil supostamente xingava a influenciadora durante o parto viralizou nas redes sociais nos últimos dias, assim como áudios em que a influenciadora o denunciava. De acordo com a assessoria de Shantal, eles foram vazados de um grupo privado.
Em nota, a assessoria de Renato Kalil disse que o parto ocorreu “sem nenhuma reclamação ou incidente” e que o conteúdo do vídeo está editado e fora de contexto.
A investigação será conduzida pela 27° Distrito Policial de São Paulo, onde foi feita a denúncia. De acordo com as autoridades policiais, um inquérito já foi aberto.
O Hospital São Luiz, em nota, informou que não recebeu nenhuma reclamação relacionada ao parto da empresária, mas que irá apurar o ocorrido.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), também está investigando o acontecimento, e informou que a apuração tramita sob sigilo.
A Promotoria de Enfrentamento à Violência de Gênero, Doméstica e Familiar contra a Mulher também foi comunicada do caso nesta terça (14) pela Procuradoria-Geral do Ministério Público de São Paulo (MPSP). De acordo com o MPSP, ele é acusado por ao menos duas mulheres de ter cometido violência obstétrica.
Na tarde desta quarta-feira (15), uma mulher de 48 anos registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia da Zona Sul de São Paulo. Segunda ela, o obstetra abusou dela mais de uma vez na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em outubro de 1991. À polícia, ela disse que foi estuprada por Kalil durante uma internação no hospital.
Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, Kalil “nega veementemente as acusações, e considera absurdas e fantasiosas as histórias, e estranha que sejam veiculadas agora, 30 anos depois”.
À CNN, a polícia disse que, pela data dos fatos, criminalmente, o suposto crime denunciado hoje foi prescrito.
Leia a nota da assessoria de Shantal Verdelho na íntegra
“A influenciadora e empresária Shantal Verdelho entrou hoje na 27ª DP da cidade de São Paulo, por intermédio do Advogado Sergei Cobra, com um requerimento de inquérito policial para apurar os fatos ocorridos durante o parto de sua filha, no dia 13 de setembro deste ano.
Shantal solicita apuração durante as horas que permaneceu em trabalho de parto conduzido pelo médico obstetra especialista em parto normal, opção escolhida por Shantal para ter sua filha.
Após vídeos e áudios em que relata a situação que viveu durante o parto terem sido vazados de um grupo privado e tomado repercussão nacional, Shantal, por meio desta nota, informa que as providências cabíveis estão sendo tomadas com a mesma dignidade que ela e sua família sempre tiveram em toda a sua trajetória pública em consideração aos que lhe acompanham.
Por fim, para que seja preservada sua vida pessoal e todo constrangimento que são consequentes destes fatos, informa que solicitou sigilo para as partes envolvidas durante todo o processo de investigação, para que este já doloroso episódio siga com verdade e respeito”.
Leia a nota da assessoria de Renato Kalil na íntegra
“O dr. Renato Kalil é médico obstreta ginecologista há 36 anos, sendo um dos médicos mais reconhecidos do Brasil. Ao longo de sua carreira, já efetuou mais de 10 mil partos, sem nenhuma reclamação ou incidente. O parto da sra. Shantall aconteceu sem qualquer intercorrência e foi elogiado por ela em suas redes sociais durante trinta dias após o parto.
Surpreendentemente, o dr. Renato Kalil começou a receber nos últimos dias ataques com base em um vídeo editado, com conteúdo retirado de contexto.
A íntegra do vídeo mostra que não há nenhuma irregularidade ou postura inapropriada durante o procedimento. Ataques à sua reputação serão objeto de providências jurídicas, com a análise do vídeo na íntegra”.