Médico de 32 anos que morreu por COVID-19 relatou uso de cloroquina em mensagens
Segundo a família, Frederic Jota Lima não tinha nenhuma das comorbidades listadas para o grupo de risco do novo coronavírus
Mensagens de WhatsApp obtidas pela CNN apontam que o médico Frederic Jota Lima, de 32 anos, que morreu devido à COVID-19, se automedicou com cloroquina associada a diversos outros medicamentos no tratamento. Ele foi internado no Hospítal Emílio Ribas, em São Paulo, e morreu na madrugada do último domingo (19).
Nas mensagens, Frederic relata febre alta, tosse seca e o uso de vários medicamentos, incluindo cloroquina, dipirona, paracetamol, claritromicina, entre outros. Ele ainda mandou uma imagem do exame de raio-x, que foi feito dias antes da morte.
Em resposta, o médico recebe a orientação de fazer uma tomografia dos pulmões e “possivelmente internar para receber oxigênio suplementar”. Ele responde que está sem convênio. No dia seguinte, o médico avisa que teve piora e que foi até o Emílio Ribas. “Que seja o que Deus quiser. A febre voltou e não passou mais”, escreve.
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De acordo com a família, Frederic não tinha nenhuma das comorbidades listadas para o grupo de risco do novo coronavírus. Ele trabalhava em duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), uma na zona leste da capital paulista e outra em São Bernardo do Campo — em nota à imprensa, as UPAs lamentaram a morte do profissional.
Também à CNN, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse que a pasta ainda não tem informações mais detalhadas sobre o caso, frisou que a automedicação não é orientada pela secretaria, mas defendeu que usar a cloroquina trata-se de “uma decisão clínica de cada profissional”.
Até o momento, há o registro de 12 mortes de profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros e um agente de saúde, segundo o secretário.