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    MEC prevê maior queda de recursos desde 2018 e Enem corre risco para 2021

    Ministério da Educação solicitou a ampliação do valor previsto para o orçamento do ano que vem em R$ 6,8 bilhões

    Redução no orçamento do Ministério da Educação deixa futuro do Enem em risco para 2021
    Redução no orçamento do Ministério da Educação deixa futuro do Enem em risco para 2021 Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

    Luiz Fernando Toledo, da CNN em São Paulo

    Uma redução prevista nas despesas discricionárias do Ministério da Educação para 2021 pode suspender as principais políticas da pasta, entre elas a realização do principal exame de acesso ao ensino superior no país, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), além de concessão de bolsas de apoio à educação básica, ensino superior e bolsas do Programa Universidade para Todos.

    Segundo um ofício enviado pela pasta em processo eletrônico e assinada pelo ministro Abraham Weintraub ao Ministério da Economia no dia 22 de maio, a Lei Orçamentária Anual de 2020 estabeleceu, para despesas discricionárias do MEC, o montante de recursos de R$ 22,8 bilhões e, para 2021, haveria uma redução de 18,2% (para R$ 18,7 bilhões).

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    “Ressalta-se que, dentre os programas que correm risco de não serem continuados, encontra-se o consagrado Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, e soma-se a esse prejuízo o fechamento de cursos, campi e possivelmente instituições inteiras, comprometendo a educação superior e a educação profissional e tecnológica – EPT, mantidos com a política de Custeio de Universidades e Institutos.”

    O MEC apresentou uma série histórica dos valores disponíveis para a pasta que apontam queda desde 2018. Em 2021, a redução seria de R$ 4,1 bilhões. “Tais valores, caso sejam mantidos no Projeto de Lei Orçamentária – PLOA 2021, deixarão sem cobertura orçamentária diversas demandas essenciais à área da educação, com repercussões negativas em toda a sociedade, além de comprometer o alcance de metas relevantes para as políticas educacionais do Governo.”

    A pasta pediu à Economia a ampliação do valor previsto para o orçamento do ano que vem em R$ 6,8 bilhões “para cobertura de despesas com a continuidade de suas políticas educacionais, de modo a equiparar-se ao montante da LOA 2020 acrescido de suplementação que visa assegurar a efetiva implementação das políticas públicas para o setor durante o próximo exercício fiscal”, diz o documento.

    Procurado, o MEC confirmou o teor do ofício e afirmou que aguarda que a Economia reconsidere o orçamento.

    O Ministério da Economia disse, em nota, que “em 26 de maio de 2020 foram envidados ofícios aos ministérios setoriais, divulgando os referenciais monetários preliminares para o Projeto de Lei Orçamentária 2021. Os referenciais monetários foram definidos com base em projeções globais das despesas e receitas da União para o próximo exercício. Dada a necessidade de cumprimento do Teto de Gastos, é importante destacar que as despesas primárias obrigatórias vêm crescendo ao longo dos anos, o que comprime as dotações disponíveis para as despesas primárias discricionárias, onde se enquadram as despesas do Programa em questão”.

    A pasta acrescenta que “os limites são distribuídos para os ministérios de forma global. Cabe ao ministério setorial distribuir internamente esse valor entre os seus programas de acordo com a prioridade de cada órgão”. “Por fim informamos que, tendo em vista que são projeções ainda preliminares, esses valores estão sujeitos a alterações até o envio do Projeto de Lei Orçamentária para 2021 para apreciação do Congresso Nacional, o que ocorrerá até 31 de agosto”, completa.