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    Maurício Pestana: cultura e diversidade

    É impossível pensar em cultura sem levar em conta a diversidade em todos os seus aspectos em um país com a composição étnica e racial do Brasil

    Diversidade da sociedade brasileira tem sido cada vez mais representada no setor cultural
    Diversidade da sociedade brasileira tem sido cada vez mais representada no setor cultural Maurício Pestana

    Maurício Pestana

    Em um país como o Brasil, que tem em seu DNA a composição étnica e racial de brancos, negros e indígenas, é impossível pensar em cultura sem levar em conta a diversidade em todos os seus aspectos. E foi um pouco disso que se viu durante a 4ª Conferência Nacional de Cultura, realizada nesta semana, em Brasília.

    Temas como democracia, cultura digital e também um maior apoio das empresas estatais aos setores da cultura foram debatidos no evento. Aliás, este último tema foi levantado pelo próprio presidente da República, Luiz Inácio da Silva, em sua fala de abertura.

    Ministra da Cultura, Margareth Menezes destacou a descentralização e uma maior nacionalização do setor / Maurício Pestana

    Acompanhei algumas discussões e pude também entrevistar a ministra da Cultura, Margareth Menezes, sobre os desafios da pasta atualmente, principalmente, com as mudanças tecnológicas que também estão influenciando os modos de lidar com a cultura, e pude perceber a atenção que o tema tem recebido do ministério.

    “O fazer digital foi fundamental para que artistas continuassem desenvolvendo seu trabalho no período da pandemia e, por isso, ganhou espaços durante às pré-conferências. Eu mesma participei pessoalmente desta discussão”, relatou a ministra.

    Outros pontos como a descentralização da cultura e uma maior nacionalização territorial da mesma também foram destacados pela ministra.

    “Vivemos em um país continental, e é importante que o acesso chegue em todos os cantos deste enorme país. E faremos isso por meio de comitês de cultura, que serão abertos em convênios com universidades e, assim, chegaremos a todos os lugares. Hoje, ainda há uma grande concentração de investimentos em uma ou duas regiões do nosso país. Estamos trabalhando para mudar isso”, acrescentou a ministra.

    Estive há dez anos na abertura da 3ª Conferência de Cultura, e pude notar desta vez uma maior presença indígena, jovem e de outras representações mais diversas da sociedade, uma demonstração clara de um país mais socialmente conectado, exigente e crítico, que também tem se tornado mais participativo em sua diversidade.

    A 4ª Conferência Nacional de Cultura entregou muito mais do que as outras neste quesito. Que este exemplo seja seguido por outras áreas da sociedade, como o mundo corporativo e até mesmo o mundo político, carentes de uma maior diversidade.