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    Masp, Mercadão e Galeria do Rock: as dificuldades de símbolos de SP na pandemia

    Cidade completa 467 anos nesta segunda sem tradicional comemoração

    Larissa Calderari, da CNN em São Paulo

    São Paulo completa 467 anos neste 25 de janeiro. Os tradicionais shows de comemoração este ano serão virtuais para evitar aglomerações e a disseminação da Covid-19.

    Os impactos econômicos da pandemia atingiram em cheio espaços icônicos da cidade, como a Galeria do Rock, o Mercadão Municipal e o Museu de Arte de São Paulo, o Masp. Mas mesmo com dificuldades, os locais seguem em funcionamento.

    Galeria do Rock

    Tantos os lojistas quanto o público tiveram que se adaptar à nova realidade.

    Dono de uma loja tradicional de discos na Galeria do Rock, Walter Thiago aprendeu outras maneiras de atrair os clientes, já que o número de visitantes diminuiu. “A gente procura, além de vender discos e coisas raras, atrair público para cá. Tem muita coisa voltada para livros de músicas e shows”, conta Walter.

    O lojista lembra que atende os clientes com os protocolos sanitários exigidos pelo Ministério da Saúde. Walter também completa que têm muito orgulho de estar naquele espaço. “Dentro da minha loja eu tenho a sorte de ter o melhor visual, aqui em frente está a igreja do Largo Paissandu”, explica.

    Mas o fato de ser um ponto turístico não é garantia de sustento para as lojas. Por isso, o síndico do prédio, Antônio de Sousa Neto, conhecido como Toninho, agiu para evitar que a Galeria do Rock esvaziasse. “Aqui na galeria, com a pandemia, de seis a oito lojas fecharam. Conversamos com vários proprietários e com lojistas, pedi para que reduzissem os preços dos aluguéis. Assim nos recuperamos”, conta. Toninho garante que a galeria continua viva, apesar das dificuldades.

    Mercado Municipal

    Outro ponto da cidade que também fica na região central é o famoso Mercadão. Por tratar-se de um serviço essencial, o local não precisou fechar na pandemia. Somente o mezanino, que abriga diversos restaurantes, ficou cerca de 50 dias sem abrir para o público, devido aos protocolos de distanciamento social.

    O comerciante Eugênio Saporito, de 82 anos, viu de perto mais de 20 anos da história do local. Nascido na Itália, veio para o Brasil na época da Segunda Guerra Mundial, já passou por muitas dificuldades, mas não desanima. “Não está vindo quase ninguém aqui no mercado. Mas o pouquinho que vem, ainda dá para pagar a despesa. Só não sobra dinheiro”, diz. Saporito não precisou de empréstimos durante o período de pandemia.

    O presidente da Renome (Associação da Renovação do Mercado Central Paulistano), que representa parte dos permissionários do Mercadão, José Carlos Freitas, conta que foram necessários ajustes para sobreviver à queda no movimento. “A gente foi se virando. Reduzi em 50% o condomínio, ajudou bastante. Tivemos alguma inadimplência, depois fiz um processo de parcelamento para poder ajudar os permissionários e hoje a gente está em 70% do condomínio”, disse.

    Por causa da pandemia, em 2020, o Mercado Municipal da Cantareira recebeu, em média, de 20 a 25 mil visitas semanais, movimento 50% menor que o registrado no ano anterior. A prefeitura de São Paulo calcula que em 2019 a média semanal de público foi de 50 mil pessoas.

    Masp

    No caso dos museus, houve um investimento na produção de cursos, palestras e exposições online diante da necessidade de fechar as portas.

    O Masp ficou fechado de março a outubro de 2020. O quadro de funcionários foi reduzido em 13% com a demissão de 21 funcionários. O funcionamento depois da reabertura foi condicionado às atualizações do Plano São Paulo, que define as regras de funcionamento das atividades econômicas durante a pandemia.

    O curador-chefe do Masp, Tomás Toledo, lamenta que esse aniversário da cidade seja tão diferente. “Nesse período da pandemia, as pessoas estavam muito em casa, a cidade ficou bastante desprovida de vida. Espero que em breve a gente possa ver a pujança de São Paulo, as ruas cheias, as pessoas saindo para trabalhar, saindo para fazer coisas. Eu espero que em breve a gente possa ter a cidade que a gente está acostumado”.

    O projetista aposentado Riva Rapos passou sete meses isolado no interior do estado. Aproveitou as portas abertas do Masp para matar a saudade da Avenida Paulista. “Vir para cá e sair sem contemplar a arquitetura da Paulista é quase como ir à beira do mar e não tocar a água. Vir para São Paulo é uma festa para mim”, disse, emocionado.

    É necessário agendamento prévio para visitar o Masp.

    Plano São Paulo: o que mudou

    A piora nos números da Covid-19 em São Paulo levou o governo do estado a anunciar, na última sexta-feira (22), um endurecimento da quarentena. Nenhuma cidade está mais na fase amarela, que compreendia a maior parte do estado no começo deste mês.

    Sete regiões —Franca, Barretos, Presidente Prudente, Marília, Bauru, Sorocaba e Taubaté— foram para a fase vermelha, a mais rígida do Plano.

    As demais, inclusive a região da Grande São Paulo, estão na fase laranja.

    A fase vermelha, porém, estará em vigor em todo o estado à noite (das 20h às 6h) em todos os dias da semana e 24h aos fins de semana e feriados das próximas duas semanas (25, 30 e 31/1; 6 e 7/2). Logo, apenas atividades essenciais poderão funcionar nesses períodos.

    As medidas começam a valer de hoje (25) até o dia 7 de fevereiro.

    Entenda:

    Shoppings centers e galerias

    Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 12 horas por dia, encerrando até 22h
    Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
    Fase vermelha: Devem permanecer fechados.

    Comércio não-essencial

    Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 12 horas, encerrando até 22h
    Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
    Fase vermelha: Devem permanecer fechados.

    Lojas de conveniência
    Não muda. Venda de bebidas alcoólicas permitidas apenas entre 6h e 20h em todas as três fases.

    Serviços

    Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 10 horas, encerrando até 20h
    Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
    Fase vermelha: Devem permanecer fechados.

    Restaurantes

    Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas, encerrando até 22h; atendimento apenas de clientes sentados; venda de bebidas alcoólicas até 20h
    Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
    Fase vermelha: Devem permanecer fechados.

    Bares

    Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas, encerrando até 20h; atendimento apenas de clientes sentados; venda de bebidas alcoólicas até 20h
    Fase laranja: Devem permanecer fechados.
    Fase vermelha: Devem permanecer fechados.

    Salões de beleza e barbearias

    Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas
    Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
    Fase vermelha: Devem permanecer fechados.

    Academias de ginástica

    Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas, encerrando até 22h; agendamento prévio e hora marcada; aulas e práticas individuais.
    Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h; agendamento prévio e hora marcada; aulas e práticas individuais.
    Fase vermelha: Devem permanecer fechados.

    Eventos e atividades culturais

    Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas, encerrando até 22h; controle de acesso, hora marcada e assentos marcados; assentos e filas com distanciamento mínimo; sem público em pé.
    Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 8 horas, encerrando até 20h; controle de acesso, hora marcada e assentos marcados; assentos e filas com distanciamento mínimo; sem público em pé.
    Fase vermelha: Devem permanecer fechados.

    Serviço

    Confira a programação virtual para o aniversário de São Paulo no site do governo.

    Galeria do Rock
    Avenida São João, nº 439 – República, São Paulo
    Funcionamento: Sob consulta
    Informações: galeriadorock.com.br

    Mercado Municipal da Cantareira (Mercadão)
    Rua Cantareira, Nº 306 – Centro, São Paulo
    Funcionamento: de domingo a domingo, das 06h as 18h
    Informações: portaldomercadao.com.br

    Masp
    Av. Paulista, nº 1578 – Bela Vista, São Paulo
    Funcionamento: Sob consulta
    Informações: masp.org.br/visitasegura

    *Entre o dia 25/01 até 07/02, o museu não funcionará aos finais de semana. Durante a semana, o MASP passará a fechar mais cedo às terças: às 18h em vez de 20h, e, excepcionalmente, abrirá na segunda, dia 1/02. O horário de funcionamento passa a ser então como consta abaixo:

    De 25/1 a 31/1
    2ª feira: fechado
    3ª feira: das 10h às 18h
    4ª, 5ª e 6ª feira: das 13h às 19h
    Sábado e domingo: fechado

    De 01/02 a 07/02
    2ª, 4ª, 5ª e 6ª feira: das 13h às 19h
    3ª feira: das 10h às 18h
    Sábado e domingo: fechado

    O agendamento online, inclusive para os dias gratuitos, continua sendo obrigatório e deve ser feito pelo link: masp.org.br/ingressos

    (*Com informações de Anna Satie e Guilherme Venaglia, da CNN em São Paulo)

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