Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Desdobramento do caso Marielle, operação mira ‘escritório do crime’

    Vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em março de 2018

    Thayana Araújo e Luiza Muttoni, , da CNN, no Rio de Janeiro

    Equipes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Rio de Janeiro (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), deflagaram, na manhã desta terça-feira (30), a Operação Tânatos. Os agentes cumprem 20 mandados de busca e apreensão e 4 de prisão relacionados à investigação sobre o “escritório do crime”. A operação de hoje é um desdobramento das investigações que apuram o assassinato da veredora Marielle Franco e do motorista dela Anderson Gomes.

    Até o momento, duas pessoas foram presas: Leonardo Gouvêa da Silva (conhecido como “MAD”), na Vila Valqueire, na Zona Oeste da cidade, e Leandro Gouvêa da Silva (“Tonhão”), no bairro de Quintino, Zona Norte. Os policiais estão nos bairros do Leblon e Barra da Tijuca e na favela Jorge Tuco, na Zona Norte da capital fluminense. 

    A operação mira chefes do “escritório do crime”, uma milícia formada por assassinos de aluguel que atua na Zona Oeste da cidade e que teria envolvimento com o assassinato de Marielle e Anderson, executados em março de 2018.

    Ação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (PMRJ) e da Coordenação-Geral de Combate ao Crime Organizado da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (SEOPI/MJSP). 

    Assista e leia também:

    Chefes da milícia ‘Escritório do Crime’ prestaram depoimento no caso Marielle

    Bombeiro preso no caso Marielle tem estilo de vida incompatível com sua renda

    STJ decide manter investigação do caso Marielle no Rio

    Reprodução/CNN (30.jun.2020)
    Até o momento, duas pessoas foram presas: Leonardo Gouvêa da Silva (conhecido como “MAD”) e Leandro Gouvêa da Silva (“Tonhão”)
    Foto: Reprodução – 30.jun.2020 / CNN

    Os mandados foram expedidos com base em inquéritos da DHC que apuram o homicídio de Marcelo Diotti da Mata, em março de 2018, e a tentativa de execução do PM reformado Anderson Cláudio da Silva (“Andinho”). A investigação apontou o envolvimento do grupo criminoso nos crimes. 

    A operação desta terça é resultado de três denúncias apresentadas pelo Gaeco/MPRJ, que descrevem os crimes cometidos pelo “escritório do crime”, o qual tinha ligação com Adriano Magalhães da Nóbrega (“Capitão Adriano”). Ele foi denunciado na Operação Intocáveis, em janeiro de 2019, e teve prisão decretada. Acabou morto por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do RJ no dia 9 de fevereiro de 2020, durante uma operação que visava capturá-lo.

    Em uma das denúncias apresentadas, afirma-se que o grupo criminoso emprega uso ostensivo de armas de fogo de grosso calibre. A agressividade e destreza nas ações finais revelam um padrão de execução. Fortemente armados e com trajes que impedem identificação visual, como balaclava e roupas camufladas, os atiradores desembarcam do veículo e seguem até o alvo, executando-o sem chances de defesa. 

    De acordo com o MPRJ, a organização possui estrutura ordenada e voltada principalmente para o planejamento e execução de homicídios encomendados mediante pagamento em dinheiro ou outra vantagem. Leonardo Gouvêa ocupa cargo de chefia e é encarregado da negociação, planejamento, operacionalização e coordenação quanto à divisão de tarefas. Já Leandro Gouvêa, irmão e homem de confiança de Leonardo, atua como motorista do grupo e é responsável pelo levantamento, vigilância e monitoramento das vítimas. 

    Operação Submersus 2

    No dia 10 de junho, a polícia do RJ prendeu mais um suspeito de participação no crime durante a Operação Submersus 2, que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em diversos endereços da capital fluminense. 

    O sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, mais conhecido como Suel, foi preso num condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, onde a polícia também apreendeu uma BMW X6 avaliada em mais de R$ 170 mil. Seu salário na corporação é de cerca de R$ 6 mil por mês.

    Ele é suspeito de ter ajudado a esconder armas dos acusados, entre elas, a que foi usada na emboscada contra a vereadora e o motorista dela. O militar já era investigado por agentes da Divisão de Homicídios da Capital e do Gaeco.

    O nome de Maxwell apareceu nas investigações após a prisão de Ronnie Lessa e do ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, em março do ano passado.

    Ronnie Lessa foi preso em março de 2019 suspeito de ser o homem que atirou na vereadora e no motorista Anderson Gomes, segundo denúncia do Ministério Público. Já o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, preso na mesma época, é suspeito de ter dirigido o Cobalt prata usado na emboscada contra Marielle. 

    Polícia Civil cumpre mandados nos bairros do Leblon e Barra da Tijuca
    Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão no bairro do Leblon
    Foto: Paula Martini – 30.jun.2020 / CNN

    Tópicos