Margareth Menezes e Wilson Simoninha falam sobre protestos contra o racismo
Artistas avaliaram as manifestações pela morte George Floyd
O assassinato do americano George Floyd – um homem negro, de 46 anos, que foi morto asfixiado por um policial branco durante uma abordagem sem resistência – desencadeou uma sequência de protestos não só nos Estados Unidos, mas em diversos países, inclusive no Brasil.
Em entrevista à CNN na manhã desta quinta-feira (4) os cantores Margareth Menezes e Wilson Simoninha falaram sobre racismo e a importância das manifestações em defesa de um mundo ‘mais justo e que une as multidões’.
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Primeira a falar, Margareth relembrou a importância dos atos e reforçou que ‘a diversidade humana existe e isso não pode ser mudado’, além de defender o acesso às oportunidades de maneira justa e sem julgamentos.
“Este movimento representa o limite porque a gente não aguenta mais, pelo simples fato de que, quando uma pessoa negra é atingida desta maneira, atinge não só a família dela. Este ato representa o sofrimento constante em nossas vidas. Aqui no Brasil, nós vemos quando as pessoas são tratadas. Essas coisas precisam ser vividas, essa reação é necessária para uma mudança verdadeira.”
“A diversidade humana existe e podemos alimentar sentimentos que nos unem para sarar estas feridades descenessárias. (…) Nós somos iguais em nossas capacidades e precisamos mudar essa nossa maneira de ver e de julgamento só pela cor da pele.”, compeltou.
Para Simoninha, as manifestações têm demonstrado o poder de união entre pessoas diferentes. Ele acredita que o movimento pacífico causará impactos positivos no futuro da humanidade.
“As manifestações americanas têm demostrado uma coisa muito bonita e tenho ficado bastante emocionado ao ver pessoas de todas as cores marchando juntos pacificamente. Essa juventude está saindo às ruas neste momento de pandemia, colocando em risco suas vidas, estão exigindo um mundo melhor. Isso é uma lição para toda a humanidade.”
“Nós devemos separar a questão da violência e o que estamos vendo que, em sua grande maioria, é um movimento de muito amor. Sempre que as pessoas se uniram, as mudanças aconteceram. Se formos esperar a mudanças dos poderosos dificilmente isso vai acontecer. Isso me dá esperança para um mundo melhor, mas para que isso realmente aconteça, nós temos que focar na educação”, disse.
Questionada sobre a importância do posicionamento nos dias atuais, Margareth afirma que tal mudança de comportamento sinaliza positivamente para o discurso de igualdade entre brancos e negros.
“Nós não estão estamos em uma sociedade de uma cor só, estamos em uma sociedade de diversidade. E o preconceito é utilizado em outras situações, não apenas com os negros, e nós precisamos entender, em nós, onde está este gatilho. As pessoas não nascem preconceituosas, elas aprendem. Precisamos tirar isso e ensinar coisas positivas”, explicou.
Simoninha completou a fala da artista mencionando a importância das pessoas brancas contribuírem para a luta contra o racismo. “As pessoas podem participar e ouvir os outros. Acho que é assim que nós aprendemos. E sempre usar da generosidade, amor e respeito que são fundamentais”, concluiu.
(Edição: Sinara Peixoto)