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    Manchas de óleo reaparecem no litoral nordestino

    Especialistas levantam a hipótese de que sejam vestígios do derramamento que aconteceu entre 2019 e 2020

    Flávia MartinsSilvana Freireda CNN , em São Paulo e Salvador

    Banhistas e moradores de várias praias do litoral nordestino voltaram a encontrar manchas de óleo no mar e na areia, situação similar à que aconteceu entre agosto de 2019 e março de 2020 em mais de mil localidades de estados litorâneos.

    No começo da semana, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Ceará recebeu os primeiros relatos do aparecimento dos materiais estranhos.

    Em conversa com a CNN, o professor Luís Ernesto Arruda Bezerra, cientista-chefe em Meio Ambiente da pasta e docente do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará conta que já está com equipes em campo para coleta de amostras.

    Bezerra explica que há grandes chances de serem vestígios mais antigos “as amostras estão muito fragmentadas, então a probabilidade de ser um material do derramamento de 2019/2020 é muito alta, pois parece que o material já está há algum tempo no mar”.

    Vestígios de óleo foram encontrados no meio do mar no litoral nordestino/SEMA-CE

    No Ceará, já há uma reunião marcada pela secretaria para a tarde da próxima segunda-feira, 31, com a Marinha, Corpo de Bombeiros, comunidades de pescadores, universidades e ONGs envolvidas na situação para avaliar as próximas medidas a tomar.

    Por enquanto, a orientação é que as praias sejam limpas. Cabe a cada município decidir se restringe o acesso aos banhistas ou não.

    Na Bahia, o diretor do Instituto de Biologia da Universidade Federal do estado, Francisco Kelmo, confirmou que as manchas surgiram em Itacimirim, praia do litoral baiano.

    Kelmo também corrobora a possibilidade de se tratarem de resquícios do derramamento de 2020 que, por conta da maré e chuvas, voltaram a surgir nas praias.

    Em nota, a Marinha do Brasil informa que tomou conhecimento na tarde de terça-feira (25), do aparecimento de vestígios oleosos em praias do litoral do Ceará e que militares logo retiraram os materiais.

    Segundo o documento, “amostras do material foram coletadas e serão enviadas para análise no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), no Rio de Janeiro”.

    Em dezembro de 2021, a PF concluiu as investigações sobre a origem das manchas de óleo que atingiram mais de 1.000 localidades em 11 estados do litoral brasileiro entre agosto de 2019 e março de 2020.

    Eles concluíram existir indícios suficientes de que um navio petroleiro de bandeira grega teria sido o responsável pelo lançamento da substância oleaginosa que atingiu o litoral brasileiro.

    Apenas os custos arcados pelos poderes públicos Federal, Estadual e Municipal para a limpeza de praias e oceano foram estimados em mais de R$ 188 milhões, estabelecendo-se assim um valor inicial e mínimo para o dano ambiental.

    Ibama

    Por meio de nota, o Ibama afirmou que já iniciou vistorias para checar os registros e identificar locais impactados.

    “Após as vistorias, será realizada a elaboração de relatórios e encaminhamento de informações para a Coordenação Geral de Emergências Ambientais do Instituto para adoção das estratégias necessárias de atendimento à situação em questão”, comunicou.

    A nota afirma ainda que “a UFC e a Marinha do Brasil também vão coletar amostras para comparar com o óleo encontrado nas praias durante o incidente que ocorreu nos anos de 2019/2020”.

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