Mais de 26% do Pantanal já queimou em 2020, diz estudo
Dados foram coletados em sistema desenvolvido para estimar em tempo quase real a área queimada
Com o avanço das queimadas no Pantanal, cerca de 26,2% do bioma já foi desvastado apenas em 2020. Os dados são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), divulgados em nota técnica emitida em 6 de outubro.
Segundo o monitoramento do Lasa, já foram queimados mais de 3.977.000 hectares em todo o Pantanal, que ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Isso corresponde a mais de 26,2% do total do bioma que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ocupa 15.692.200 hectares do Brasil. Desta região queimada, segundo o Lasa, 2.160.000 hectares foram no Mato Grosso e 1.817.000, no Mato Grosso do Sul.
O levantamento é feito com base no Sistema Alarmes (Alerta de Área Queimada com Monitoramento Estimado por Satélite), protótipo desenvolvido com o Instituto Dom Luiz, da Universidade de Lisboa, para estimar em tempo quase real a área queimada.
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“Estes resultados são ainda preliminares”, reforça a UFRJ, “mas já dão uma ideia de como o sensoriamento remoto pode contribuir para serviços de emergência e avaliações rápidas para tomada de decisão.”
A instituição também explica que o levantamento tem margem de erro de cerca de 20%. Já de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 2020 é o pior ano de queimadas para o Pantanal.
Neste ano, o bioma já acumula 19.215 focos de incêndio detectados pelos satélites do instituto. Apenas em outubro, são 956. Até então, a maior quantidade de focos registrada foi em 2002, com 12.536. O total registrado neste ano é 53,27%. Com isso, 2020 é o ano com mais queimadas no Pantanal na história do monitoramento, que começou em 1998.