Maior ocorrência de “gatos” de energia é em regiões de classe média, diz Enel
38 pessoas foram presas por furto de energia em operações policiais em fevereiro deste ano em São Paulo
A Polícia Civil realizou 42 operações de combate a furtos de energia na região da Grande São Paulo em fevereiro deste ano. Os procedimentos foram feitos em conjunto com a Enel, empresa de distribuição de energia nessa localidade, e resultaram em 38 prisões em flagrante e 4 indiciamentos.
As cidades que receberam as inspeções da companhia foram: São Paulo (26), São Bernardo do Campo (4), Barueri (3), Santana de Parnaíba (2), Embu-Guaçu (2), e São Caetano do Sul (1), Diadema (1), Cajamar (1), Osasco (1) e Jandira (1).
Entre os bairros de maior ocorrência das fraudes, se destacaram Jabaquara, Alto da Mooca e Tatuapé, todos da capital paulista, além do Jardim Califórnia, em Barueri.
Entre os estabelecimentos que foram alvos das ações, 74% eram do comércio, 19% da indústria e 7% residenciais. Responsável por inspeção de perdas da Enel, Tiago Barbosa destacou que dois terços dos operativos policiais concentraram esforços em bairros nobres e de classe média alta. Segundo ele, a polícia identifica a origem das fraudes através de equipamentos investigativos específicos e denúncias anônimas.
“A carga instalada nesses locais é muito maior, mais potente que nas regiões periféricas, por isso chamam atenção. O tipo de fraude é muito mais sofisticado e mais difícil de identificar ”.
O furto de energia é crime, afeta diretamente a qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras e põe em risco a população, principalmente as pessoas que manipulam a rede elétrica. As ligações irregulares podem causar curtos-circuitos e sobrecargas na rede elétrica, ocasionando interrupção no fornecimento de energia.
De acordo com Tiago, os “gatos” também prejudicam a livre concorrência, além de defasar os cofres públicos.
“Eles desencadeiam desvantagem ilegal com a concorrência, além de deixar de arrecadar impostos na casa dos 30%. De cada 100 reais, 30 são em impostos de energia”.
*Sob supervisão de André Rigue