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    Mãe diz que filho sofreu racismo em escola na Grande SP

    Colega de sala teria perguntado ao garoto de 12 anos se ele queria ser "escravo" dele

    Mathias BroteroTalita AmaralGiovanna Bronzeda CNN , Em São Paulo

    A mãe de um garoto de 12 anos denuncia que o filho dela foi alvo de racismo na escola municipal Ângelo Rafael Pellegrino, em São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo. De acordo com Patrícia Santos, um colega perguntou ao filho dela se ele queria ser “escravo” dele.

    A empresária foi até a escola para conversar com a diretoria. O aluno que teria dito a frase foi chamado e negou ter feito o comentário. Segundo Patrícia, o pai do menino teria ido ao colégio para negar a fala do filho e teria falado que se Patrícia continuasse com a denúncia, ele iria processar sua família.

    Nas redes sociais, a mãe escreveu: “Meu filho ouviu de uma criança branca na escola. E eu pergunto: ‘Até quando?’ O que estamos fazendo, verdadeiramente, para sermos antirracistas?”, questionou.

    Em entrevista à CNN, Patrícia explicou que, para ela, é importante que o colégio tenha um plano de ação contra casos de racismo.

    “Quero ver a escola atuando com um currículo de ações no dia a dia. O menino ser ou não punido, pra mim hoje não faz sentido. Eu quero uma educação mais ampla em que os professores saibam como se posicionar, em que os alunos ao redor interfiram, em que os conteúdos tenham relações respeitosas com a cultura e a história afro-brasileira.”

    Na opinião de Patrícia, a resposta deve vir por meio de ações afirmativas do próprio colégio. “Eu quero saber o que a escola vai fazer do ponto de vista estrutural, porque se não essas coisas vão continuar acontecendo e parece que ninguém faz nada.”

    Reunião

    A empresária se reuniu nesta quarta-feira (29) com uma representante da Secretaria Municipal de Educação de São Caetano do Sul para saber que outras providências seriam tomadas.

    A mãe afirmou à CNN que o retorno que teve foi para esperar novas orientações no próximo trimestre. “Eles falaram para eu aguardar e ficaram de me reportar”, disse.

    Patrícia defende que, para chegar a uma consciência antirracista, o tema deve tratado imediatamente com os pais, coordenadores, inspetores de alunos e representantes da Secretaria de Educação.

    “Elas me disseram que o currículo antirracista da cidade de São Paulo ainda não pode ser implementado em São Caetano, porque São Caetano ainda precisa tratar temas mais básicos antes de chegar no currículo antirracista. Elas falaram que já têm sugestões de conteúdo. A diretora chegou a ler alguns temas que serão falados na aula de História, mas não tem ações concretas, efetivas”, afirmou.

    O que diz a prefeitura de São Caetano

    Por meio de nota, a prefeitura de São Caetano diz que “repudia qualquer ato de racismo” e reitera que “já existe uma política antirracista na rede municipal de ensino e os profissionais são capacitados permanentemente para implementá-la”.

    “A mãe foi chamada ao diálogo na escola, visando o acolhimento e a garantia de direitos do aluno”, diz a administração municipal

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