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    Mãe confessa ter medicado filha antes de criança ser encontrada morta

    Segundo as autoridades, Kerollyn Souza Ferreira, 9 anos, já sofria maus-tratos antes de ser encontrada morta em Porto Alegre (RS) na manhã da última sexta-feira (9); genitora da criança foi presa e é investigada

    Dayres VitoriaJulia Fariasda CNN* , São Paulo

    A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga a causa da morte de Kerollyn Souza Ferreira, de apenas 9 anos, encontrada morta na última sexta-feira (09) em um contêiner de lixo em Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre (RS).

    Na ocasião, o corpo foi descoberto dentro do contêiner por um reciclador, que acionou a Brigada Militar. Foi uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que, após acionada, confirmou o óbito da menina.

    Segundo apurado pelas autoridades até o momento, a criança já sofria episódios de violência e era constantemente negligenciada pela mãe, com quem convivia. A mulher foi presa temporariamente após a morte da criança e é investigada por possível envolvimento e negligência em relação ao bem-estar da menor.

    A perícia foi acionada, mas não encontrou sinais aparentes de violência no corpo, o que levou a polícia a suspeitar que a causa da morte possa estar relacionada à ingestão de algum tipo de substância.

    Em depoimento recente à polícia, a mulher confessou ter se automedicado e medicado a filha horas antes da menina ter sido encontrada morta.

    Segundo o que relatou a genitora às autoridades, por volta das 21h30 min da sexta-feira (09), a vítima estaria em casa com ela. A mãe então teria dado a menina risperidona, medicamento antipsicótico voltado para tratar pacientes com distúrbios mentais, com prescrição médica, e um grama de clonazepam, usado para prevenir e tratar convulsões e distúrbios. O uso do clonazepam não tinha prescrição. A mãe também se medicou com o fármaco. Depois, ambas teriam ido dormir.

    A mulher acordou por volta das 07h no dia seguinte. Ao ver que a criança não estava em casa, ela teria tomado mais medicamentos e voltado a dormir.

    A agressora só acordou novamente com a presença de policiais militares em sua casa que informaram sobre o encontro do corpo de uma menina com características compatíveis a filha dela morta em um lixão. A mãe então teria declarado que não sabia onde estava a filha, chegando a alegar aos policiais que uma vizinha seria a responsável pela morte da criança.

    Negligência com a filha

    Conforme revelado pelas investigações até o momento, a menina constantemente sofria agressões físicas pela mãe. Em algumas ocasiões, era medicada de maneira inadequada pela responsável.

    Frequentemente, a genitora dizia que a menina tinha surtos. Em um dos episódios, a criança, com lesões de unhadas no rosto, chegou a ser internada em um hospital, sob alegação da mãe de que a menor teria supostamente tentado suicídio. Antes da disponibilidade de vagas na unidade, a mulher fugiu do local com a filha.

    Em outro ocasião, a menina chegou a ser agredida pela mãe com uma escumadeira. Em decorrência das agressões, mais uma vez a criança foi parar no hospital.

    Segundo apurado pela polícia, a menina costumava pedir comida aos vizinhos quando estava com fome e também pegava alimentos para comer do mesmo contêiner onde foi encontrada.

    A causa da morte da vítima segue sendo investigada e ainda não está esclarecida.  Agora, a perícia visa verificar a existência de medicamentos ou substâncias no corpo que possam ter causado o óbito da menina.