Lenços estendidos em Copacabana marcam protesto por 600 mil vítimas da Covid-19
No dia 19 de outubro, data de encerramento da CPI da Pandemia, os lenços serão entregues aos senadores da comissão
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Ato em homenagem os quase 600 mil mortos pela Covid no Brasil, realizado na Praia de Copacabana, em 08/10/2021 • André Melo Andrade/Immagini/Estadão Conteúdo
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Cada um dos 600 lenços pendurados pela ONG Rio de Paz representa um milhar de vítimas da Covid-19 no Brasil • Vanessa Ataliba/Zimel Press/Estadão Conteúdo
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A ONG Rio de Paz estendeu em um varal na areia, em frente ao Copacabana Palace, 600 lenços brancos • João Gabriel Alves/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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Os lenços brancos foram pendurados juntamente a bandeiras nacionais, simbolizando as vidas brasileiras • João Gabriel Alves/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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Além de uma homenagem às vítimas, o ato também protesta contra o manejo da pandemia pelo Governo Federal • João Gabriel Alves/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ato foi feito em frente ao hotel de luxo Copacabana Palace • Vanessa Ataliba/Zimel Press/Estadão Conteúdo
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A ONG Rio de Paz foi responsável pela organização do ato • João Gabriel Alves/Enquadrar/Estadão Conteúdo
Em protesto às mais de 600 mil mortes no Brasil causadas pela Covid-19, a ONG Rio de Paz fez, na manhã desta sexta-feira (8), um ato na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Para representar as vidas perdidas, 600 lenços brancos foram estendidos em um varal montado nas areias. O país atingiu a triste marca na noite desta quinta-feira (7), segundo dados levantados pela Agência CNN com as secretarias estaduais de saúde.
O país acumula também 21.536.707 casos da doença. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) confirmou nesta quinta-feira 451 óbitos e 15.726 casos de Covid-19 no Brasil em 24 horas. A média móvel de mortes no país provocadas pela doença nos últimos sete dias foi de 437 óbitos, segundo o painel do Conass.
“Houve um morticínio no Brasil: 600 mil mortos pela Covid-19. Se queremos tirar alguma lição dessa espantosa perda de vidas a fim de que sofrimento como esse não se repita no nosso país, precisamos responder a uma pergunta central: quem são os responsáveis por esta tragédia”, disse o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa.
Além dos lenços, faixas com as palavras “incompetência”, “irresponsabilidade” e “insensibilidade” foram estendidas na areia.
Entrega à CPI
Ao final do ato, os lenços serão entregues ao taxista Marcio Antônio, de 78 anos, que perdeu o filho Hugo, de 25 anos, para a Covid-19 em 18 de abril do ano passado. O taxista participou do ato em homenagem aos 100 mil mortos, realizado pela Rio de Paz, em 14 de julho de 2020. Na ocasião, 100 cruzes foram fincadas na areia para simbolizar as vítimas e um homem aposentado que passava pelo calçadão, deliberadamente, começou a arrancar as cruzes.
A atitude desrespeitosa do homem não identificado provocou a indignação de Marco Antônio, que tinha perdido o filho há apenas dois meses. As imagens do taxista recolocando as cruzes na areia rodaram o mundo.
No dia 19 de outubro, data de encerramento dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, os lenços serão entregues por Marcio Antônio ao senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI.
O estado de São Paulo ocupa a primeira posição no ranking do número de óbitos provocados pela doença, com 150.540 mortes, seguido do Rio de Janeiro (66.785), Minas Gerais (54.873) e Paraná (39.422).
De acordo com o último Boletim da Covid-19, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz, os números de casos e de óbitos provocados pela doença seguem em queda sucessivas e a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) estão em patamares baixos na maioria dos estados brasileiros. Segundo os especialistas, os números em queda são reflexos do avanço da vacinação.