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    Leis segregacionistas criaram ‘invisível muito visível’ nos EUA, diz professora

    Luciana Brito, da UFRB, analisou em entrevista à CNN nesta quinta-feira (4) as diferenças das lutas antirracistas no Brasil e nos EUA

    Da CNN, em São Paulo

    No décimo dia de protestos nos EUA contra a violência policial após a morte de George Floyd, a professora Luciana Brito, do colegiado de História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), analisou em entrevista à CNN nesta quinta-feira (4) as diferenças das lutas antirracistas no Brasil e nos EUA.

    Segundo a acadêmica, as leis de segregação que foram aplicadas nos estados do sul dos EUA representam uma grande diferença na maneira de encarar a luta racial nas duas nações.

    “Nos EUA, o fato dos estados do sul terem criado leis segregacionistas criou um invisível muito visível. Havia as leis de Jim Crow e leis que restringiam o voto dos negros, elas viraram objetos concretos a serem combatidos”, disse.

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    Luciana diz que, por conta destas leis, a comunidade negra desenvolveu um senso de luta a favor de direitos civis que não se viu no Brasil, uma vez que por aqui o racismo nunca foi institucionalizado, e sim estrutural.

    Questionada sobre a efetividade das manifestações, que já acontecem há mais de uma semana, a professora lembrou que a história da luta por direitos civis dos Estados Unidos foi marcada por intensos protestos, vide a reação do país após a morte de Martin Luther King, em abril de 1968.

    “Quando Martin Luther King morreu, protestos como os que vemos atualmente aconteceram. Após dias de protestos, conseguiram aprovar a Lei de Direitos Civis no mesmo mês da morte de Martin Luther King,” disse Luciana, que ainda citou que outros movimentos por direitos, como o de mulheres e LGBTQ, também se utilizaram do mesmo tipo de mobilização para atingir seus objetivos.

    (Edição: Bernardo Barbosa)